
Na linha do politicamente correto, Temer disse que não gostava de misturar política com religião e que se sentia “constrangido em falar de política durante o culto”. Ora, mas a pergunta que não quer calar: mas o que ele fazia ali?
Na sua fala, Temer disse ser “a favor da vida e dos bons costumes”, sem especificar do que se tratava sua afirmação. O que se sabe é que a igreja evangélica é contra a união civil homossexual em nome dos “bons costumes”.
Quem acompanhava Temer era o deputado evangélico Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autor do projeto PL-7382/2010, que pune a "discriminação a heterossexual", um projeto de lei que faz chacota ao PLC-122/06, que pune a homofobia no Brasil.
Cunha salientou que Temer ajudou na aprovação da Lwi Geral das Religiões, cujo relator foi o próprio Cunha, que deu caráter de urgência para aprovação da lei. Aprovada em 27 de agosto do ano passado, a Lei Geral das Religiões foi um acordo entre católicos e evangélicos ratificado entre o governo brasileiro e o Vaticano. O acordo entre o governo e o Vaticano criaria o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil. A Lei Geral das Religiões foi exatamente um plágio do estatuto, modificando apenas o termo “Igreja Católica” por “Instituições Religiosas”.
A bancada evangélica alegou que o estatuto priorizaria a religião da Santa Sé. No arrumadinho nada laico com o Congresso Nacional, a lei assegura a isenção de impostos, a proteção do patrimônio (leia-se dinheiro recolhido dos fieis, imóveis, entre outros) e dos locais de culto, o ensino religioso nas escolas, bem como pregações aos enfermos em hospitais e assistência social, além de uso de símbolos, imagens e objetos religiosos. O único partido a votar contra o projeto foi o PSOL.
O coordenador evangélico do PT Manuel Ferreira foi quem apresentou o candidato aos fiéis, dizendo que Temer era um servo de Deus. “Com muita alegria apresento a vocês um homem que conheço há mais de 30 anos. É um homem público, um deputado federal que tem grande influência neste país. Ele valoriza a vida, a família e a fé”, disse Ferreira. “Quero louvar a Deus pela oportunidade de conhecê-lo”, disse Temer depois do seu discurso, agradecendo a acolhida de Manuel Ferreira.
No debate entre os candidatos a vice-presidente, realizado no último dia 18, Temer se disse favorável à união civil, e que casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma “terminologia equivocada”. “Trata-se de uma relação de natureza civil. Então, diante da nova realidade social do mundo, precisamos ter uma legislação que faça o reconhecimento dessa relação civil. Se as pessoas vão casar, se vão fazer solenidade, não importa”, disse Temer.
(Fonte: Mundo Mais)
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