sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Os Idosos Gays

Por Márcio Retamero*

Um cartaz, entre milhares, me chamou muita atenção na última Parada do Orgulho Gay em São Paulo. O cartaz dizia: "Gays Idosos também são (muito) gostosos!" Ricardo Rocha Aguieiras era o portador do cartaz. O portal G1, no dia seguinte a manifestação, noticiou. Ricardo declarou à jornalista Juliana Cardilli: "Eles sofrem duplo preconceito, por serem idosos e por serem gays. Uma das coisas mais cruéis é lutar a vida toda para se libertar e ter que voltar para o armário quando envelhece, por não ter como se manter e também pelo preconceito". Alguém duvida que Aguieiras tenha razão? Há cinco anos Aguieiras vai à Parada LGBT de São Paulo levando seu protesto. De lá pra cá será que alguém notou e tomou alguma atitude para com esta esquecida "fatia" do público LGBT?

Um dia eu assisti pela TV um conhecido deputado estadual do Rio de Janeiro e que também é pastor, declarar em seu programa: "Homossexuais não são felizes. Querem a juventude para sempre. Vejam se eles cuidam das "tias", e acrescentou, "os gays idosos são esquecidos pelos outros do seu grupo". Raramente eu concordo com um pastor fundamentalista, no entanto, neste dia, entristecido, tive que concordar com metade de sua fala, a que diz que os gays idosos são esquecidos pelos outros. Tenho lidado com isso; tenho visto isso dia a dia e tenho me preocupado com esta questão.

Faz parte do meu trabalho visitar hospitais e asilos e também faz parte do meu trabalho, como pastor de uma comunidade, enxergar meus paroquianos e cuidar deles. Dia desses, fui procurado por um homem no telefone, que me contou ter 73 anos de idade. Conversamos bastante e ele me contou, aos prantos, que em breve terá que ir para um asilo, pois a família há muito não tinha mais laços com ele. Contou que, embora tenha 11 sobrinhos e 4 irmãos vivos, vive completamente só. Os amigos que não faleceram, alguns já estão no asilo, outros, são reféns da família homofóbica. Pedi para que ele fosse à igreja num dos cultos e ele me disse que tem medo de ser rejeitado por ser "velho". Passaram dois fins de semana que com ele falei e até agora, não apareceu mesmo, nem telefonou mais. Será que ele já se internou no asilo?

O que o Ricardo Aguieiras declarou é difícil de engolir porque é a verdade: é muito cruel que homens e mulheres que um dia lutaram para se assumirem, que tiveram amigos e relacionamentos afetivos, muitos são viúvos e viúvas, terem que voltar para o armário quando chegam a uma determinada idade. Sim, é cruel demais!

Parece que gays idosos são invisíveis não é verdade? Mas eles existem e a maioria sofre com sua condição. Muitos tomam coragem e até vão a determinados lugares gays, mas eu já vi muitos gays, ao perceberem a presença de um idoso no recinto, fazerem chacota, pois esquecem que um dia, serão idosos também, pois a roda viva da vida sempre gira!

Eu sei que em lugares como Rio de Janeiro e São Paulo, existem determinados ambientes "especializados" em gays idosos, mas o Brasil não se resume ao eixo RJ - SP. Li no "A Capa", que até um documentário sobre a sociabilidade dos gays da "terceira idade" está sendo produzido. Contudo, estou certo que é uma minoria que freqüenta tais lugares, pois a parca aposentadoria, muitas vezes, é gasta nos primeiros dias de pagamento com as contas, que são muitas e salgadas. É fato que Aguieiras tem razão!

Até em nossas igrejas inclusivas eles são muito poucos! Digo "até" porque muitos pensam que é isso mesmo que resta para um idoso: ler a bíblia, freqüentar uma igreja e rezar. Mas isso também é uma mentira, pois se fosse verdade, nossas igrejas estariam abarrotadas deles e não estão! Sabe onde os tenho encontrado? Nos hospitais, nos asilos; os que têm acesso a internet me escrevem contando de sua solidão e dor; alguns telefonam como o senhor que contei. Tais idosos, quando estão em tais lugares, fazem de tudo para esconderem sua identidade, pois temem o duplo preconceito, uma vez que, pelo menos um deles, eles já sentem diariamente. Não é fácil descobri-los e, quando conseguimos, a conversa é travada ao pé do ouvido, com muito cuidado para que ninguém ouça o que estamos falando.

Pense! Se já é problemático ser idoso neste país, imagine ser um gay idoso! Não me lembro exatamente onde assisti uma matéria sobre as pioneiras travestis cariocas. Lembro-me sempre de duas mostradas: uma que vive com a mãe, no subúrbio carioca e que está em torno dos 60 e poucos anos e outra, cabeleireira, dona de um salão de beleza em Copacabana. A primeira disse ter muita saudade dos seus dias de glória: viajou pela Europa, estrelou muitos shows, muito glamour, enfim. A segunda mostrou fotos do seu tempo de juventude nas ruas de Copacabana; hoje, além de trabalhar muito no seu salão, passa os dias na paróquia do bairro: "sou carismática" (ela estava se referindo à renovação carismática católica), "vivo na igreja". Elas são felizes, elas mesmas declararam, mas são exceções.

No meu diálogo com o movimento homossexual brasileiro, raras vezes ouvi dos líderes alguma palavra sobre os gays idosos. Posso contar nos dedos de uma mão. Não estou aqui para fazer crítica negativa à militância somente, mas preciso dizer algo que está engasgado faz tempo: a militância também se esquece dos gays idosos! Nas propostas que o movimento faz ao poder público, sempre de muita importância, reconheço, não vejo os gays idosos contemplados, embora muitos dos líderes visivelmente já passaram dos 50 anos de idade. Por que esse esquecimento com os que são mais velhos? Por que não contemplá-los também em nossas propostas? Por que não existe uma real preocupação, que se mostra em atitudes efetivas para com a esquecida e invisível população LGBT idosa?

Nas Paradas do Orgulho, contamos nos dedos a presença dos homossexuais idosos. Ricardo "salva a pátria" quando aparece com seu cartaz de protesto em São Paulo. Aqui no Rio de Janeiro ainda não vi nada parecido e não preciso ser vidente nem profeta para saber que acontece o mesmo em outras cidades brasileiras. Já pararam para pensar por que eles não comparecem?

Gays idosos existem e estão vivos! Eles também têm sexualidade, também têm desejos e também sofrem, como todo ser humano, com a solidão e o esquecimento. Viver invisível até para seus pares é cruel demais! Voltar pro armário depois de uma vida fora dele é outra crueldade sem tamanho! Precisamos, urgentemente, não apenas notá-los, enxergá-los, mas fazer algo por eles. Precisamos de políticas públicas que os contemplem e de uma militância que exija isso do poder público. Precisamos, como homossexuais cristãos, amá-los e ir ao encontro deles, cheios de fraternidade no coração, afetos nas mãos e atitudes que façam a diferença. Não podemos nos calar e fazer de conta que eles não existem e que nada temos a ver com isso. Solidariedade e não "pena"; amizade e não "tapinhas nas costas"; afeto real e não superficial; verdadeiro envolvimento com essa causa, não apenas uma declaração de intenções ainda que boas intenções!

Você que é jovem e que talvez esteja lendo desinteressadamente este artigo, lembre-se que "tudo é vaidade" e que a roda viva da vida gira para todos; girará para você também! É preciso que plantemos boas sementes se queremos boas colheitas. Envolva-se nisto!


(Fonte: site http://www.acapa.com.br/)

* Márcio Retamero, 35 anos, é teólogo e historiador, mestre em História Moderna pela UFF/Niterói, RJ. É pastor da Comunidade Betel do Rio de Janeiro - uma Igreja Protestante Reformada e Inclusiva -, desde o ano de 2006. É, também, militante pela inclusão LGBT na Igreja Cristã e pelos Direitos Humanos. Conferencista sobre Teologia, Reforma Protestante, Inquisição, Igreja Inclusiva e Homofobia Cristã. Seu e-mail é: revretamero@betelrj.com

"É mais grave matar um gay do que um pai de família?", questiona parlamentar italiano

A comunidade gay italiana está perplexa. Isso porque na quarta-feira (14/10), o Parlamento Italiano decidiu derrubar lei que criminalizaria a homofobia. Os partidos conservadores que se articularam para derrubar a lei anti-homofobia disseram que já existem penalizações para o "incesto, zoofilia, pedofilia e sadismo". Segundo o coletivo LGBT Arcigay, ao argumentarem dessa maneira, os conservadores igualam os homossexuais as categorias citadas.

Para os ativistas, os parlamentares conservadores seguem as diretrizes do Vaticano: a estigmatização dos gay. Segundo membros do coletivo, hoje há uma caça as bruxas aos imigrantes e homossexuais que são promovidas pelas instituições italianas. Denunciaram também que há uma crescente perseguição por parte de neonazistas contra gays.

O parlamentar conservador Renato Farina escreveu um artigo no jornal "Il Giornale", que tem como proprietário o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, para justificar o seu voto contra a criminalização da homofobia: "Para mim, matar uma pessoa é o pior delito que existe contra Deus. Mas, à luz do sentido comum, enquanto dano social, pergunto: Estamos seguros que é mais grave matar um homossexual do que um pai de família?", questiona o parlamentar homofóbico.

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navy Pillay, classificou tal situação como um "passo para trás" para os direitos LGBT. A Anistia Internacional expressaram a condenação com temor.

A deputada católica Paola Binetti, do Partido Democrático - autor da lei que propunha a criminalização da homofobia -, votou contra a lei. Em uma entrevista ao jornal "Corriere Della Sera" disse que o seu partido a conhecia quando a deixaram entrar e completou dizendo que teve a mesma postura de quando revelou ao partido que usa cilício e finalizou perguntando: "Afinal, o que pensavam? Que eu sou uma Zapatera? (em referencia ao primeiro ministro espanhol favorável aos direitos LGBT). Acredito que não?".

O secretário geral do Partido Democrático, Dario Franceschini, pediu a expulsão da parlamentar do partido.


(Fonte: www.acapa.com.br)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Preconceito: começa na escola…

Nas escolas públicas brasileiras, 87% da comunidade – sejam alunos, pais, professores ou servidores – tem algum grau de preconceito contra homossexuais. O dado faz parte de pesquisa divulgada recentemente pela FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e revela um problema que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia.
O levantamento foi realizado com base em entrevistas feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo o país.

“A violência dura, relacionada a armas, gangues e brigas, é visível. Já o preconceito a escola tem muita dificuldade de perceber porque não existe diálogo. Isso é empurrado para debaixo do tapete, o que impera é a lei é a do silêncio”, destaca a socióloga e especialista em educação e violência, Miriam Abromovay.

Um estudo coordenado por ela e divulgado este ano indica que nas escolas públicas do Distrito Federal 44% dos estudantes do sexo masculino afirmaram não gostariam de estudar com homossexuais. Entre as meninas, o índice é de 14%. A socióloga acredita que o problema não ocorre apenas no DF, mas se repete em todo o país.

“Isso significa que existe uma forma única de se enxergar a sexualidade e ela é heterossexual. Um outro tipo de comportamento não é admitido na sociedade e consequentemente não é aceito no ambiente escolar. Mas a escola deveria ser um lugar de diversidade, ela teria que combater em vez de aceitar e reproduzir”, defende.

A coordenadora-geral de Direitos Humanos do MEC (Ministério da Educação), Rosiléa Wille, também avalia que a escola não sabe lidar com as diferenças. “Você tem que estar dentro de um padrão de normalidade e, quando o aluno foge disso, não é bem compreendido naquele espaço.”

Desde 2005 o MEC vem implementando várias ações contra esse tipo de preconceito, dentro do programa Brasil sem Homofobia. As principais estratégias são produzir material didático específico e formar professores para trabalhar com a temática.

“Muitos profissionais de educação ainda acham que a homossexualidade é uma doença que precisa ser tratada e encaminham o aluno para um psicólogo. Por isso nós temos pressionado os governos nas esferas federal, estadual e municipal para que criem ações de combate ao preconceito”, explica o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis.

As piadas preconceituosas, os cochichos nos corredores, as exclusões em atividades escolares e até mesmo as agressões físicas contra alunos homossexuais têm impacto direto na autoestima e no rendimento escolar desses jovens. Em casos extremos, os estudantes preferem interromper os estudos.

“Esse aluno desenvolve um ódio pela escola. Para quem sofre violência, independentemente do tipo, aquele espaço vira um inferno. Imagina ir todo dia a um lugar onde você vai ser violentado, xingado. Quem é violentado não aprende”, alerta o educador Beto de Jesus, representante na América Latina da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo).

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que, para combater a homofobia, a escola precisa encarar o desafio em parceria com o Poder Público. “A escola precisa sair da lei do silêncio. Todos os municípios e estados precisam destampar a panela de pressão, fazer um diagnóstico para poder elaborar suas políticas públicas”, recomenda Miriam Abromovay.

Para Rosiléa Wille, o enfrentamento do preconceito não depende apenas da escola, mas deve ser um esforço de toda a sociedade. “A gente está tendo a coragem de se olhar e ver onde estão as nossas fragilidades, perceber que a forma como se tem agido na escola reforça a rejeição ao outro. Temos uma responsabilidade e um compromisso porque estamos formando nossas crianças e adolescentes. Mas o Legislativo, o Judiciário, a mídia, todas as instâncias da sociedade deveriam se olhar também.”
(Fonte: MIX Brasil)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Estigmas

Há vários fatores que fazem com que algumas pessoas percebam, de cara, que um gay é um gay (embora muitos passem despercebidos): a roupa, a maneira de se expressar, o círculo de amizades. Questionáveis ou não, pode-se dizer que alguns deles causam certa ira. Como não visto rosa, não falo miando nem ando com travestis, muitos acabam deduzindo que sou gay porque... sou educado! (Não seria mais fácil deduzir que sou gay porque... gosto de homens, ainda que nem Freud explique?!) Sofro com este estigma desde pequeno. Ainda naquela época - mesmo sem entender que era gay - cheguei a cogitar em tratar todos de maneira rude. Mas como sou educado (ou gay), acabei desistindo. Até imaginei algumas mães ensinando os filhos a serem héteros: "Isso! Suja, quebra tudo, bate. Educação é coisa de viado!" Depois, ficou a dúvida: se minha mãe tivesse feito isso eu seria hétero? Ou seria uma bicha drogada, prostituída e, pior, sem educação? O fato veio à tona de novo recentemente depois que uma garota perguntou a uma amiga durante sua festa de formatura se eu era gay, "porque era muito educado". Para esclarecer - este e outros estigmas - de uma vez por todas, preparei uma lista básica:

Nem todo gay... é educado (eu furo fila, como de boca cheia, falo palavrões e peido de vez em quando); veste rosa (eu prefiro Lilás com bolinhas pretas); tem Aids (alguns têm gonorréia, sífilis, HPV e outras DSTs); quer ser Madonna (eu seria Cindy Lauper, Cher, Kelly Key; Já Michael Jackson, o Peter Pan); gosta de Dako (prefiro a Brastemp, é uma marca mais ativa); fala fino (meu problema está na corda vocal); foi criado pela avó (eu fui pela tia, mãe, primas, vizinhas e irmã); quer estudar moda (meu sonho é abrir um salão!); é melhor amigo de uma mulher (Marinão, Terezão e Robertynho que o digam); odeia futebol (adoro ver homem suado e correndo pra meter a bola no gol); só quer saber de cultivar músculos (eu cultivo orquídeas e margaridas na minha jardineira); é pervertido ou drogado (qual o problemas de trepar com 15 num fim de semana usando Poppers? Eu, hein, vai liberar esse hormônio! O seu já tá virando coalhada...)

Espero ter dado uma singela contribuição. Pelo o que me consta, tem muito homem por aí que também é educado, sai com travesti e nem por isso é gay. Ronaldinho que o diga.

Abaixo os estigmas!


(Texto retirado do blog www.barroquinho.acapa.com.br)

"Questionário hétero"

18 perguntas, publicadas no livro Changing Men (1982) por M. Rochlin, que todos nós gostariamos de fazer pro povo preceonceituoso:

. O que você acha que causou a sua heterossexualidade?

. Quando e como decidiu que seria hétero?

. É possível que sua heterossexualidade seja somente uma fase?

. É possível que sua heterossexualidade seja causada por um medo neurótico de outros do mesmo sexo?

. Se nunca dormiu com alguém do mesmo sexo, é possível que tudo o que você precise é de um bom amante gay?

. Os seus pais sabem que você é hétero?

. Por que insiste em ostentar sua heterossexualidade? Não pode simplesmente ser quem é e se manter quieto?

. Por que héteros dão tanta ênfase ao sexo?

. Por que os héteros se sentem obrigados a seduzir os outros a adotarem seu estilo de vida?

. Uma maioria desproporcional de molestadores de crianças é de héteros. Você acha seguro expor as crianças a professores héteros?

. O que homens e mulheres fazem na cama juntos? Como eles de fato sabem agradar um ao outro sendo tão anatomicamente diferentes?

. Com todo apoio que o casamento tem da sociedade, os indices de divórcio estão aumentando. Por que há tão poucas relações estáveis entre héteros?

. As estatísticas mostram que as lésbicas têm o menor índice de doenças sexualmente transmissíveis. É realmente seguro uma mulher manter o estilo de vida heterossexual e correr o risco de pegar doenças e engravidar?

. Como pode se tornar uma pessoa completa se você se limita a uma heterossexualidade compulsiva e exclusiva?

. Considerando a ameaça de uma superpopulação, como a raça humana poderia sobreviver se todos fossem héteros?

. Você acha que um terapeuta hétero é objetivo? Você não acha que ele estaria tendendo a influenciar você para o lado dele?

. Parece que há poucos héteros felizes. Foram descobertas técnicas que possam fazer você mudar se realmente quiser. Já pensou em fazer uma terapia de reversão?

. Você gostaria que seu filho fosse hétero, mesmo sabendo dos problemas que ele enfrentaria?

Manual para sair do armário (se é que isso existe)

Existe regra sobre como viver a própria orientação sexual e identidade de gênero? A resposta bem clara é não. Regra no sentido algo que deve ser obedecido não deve prevalecer aí.
Entretanto, em nome da nossa liberdade e do nosso equilíbrio psicológico e social, devemos pensar muito sobre isso. Se não vejamos: um/a heterossexual, na grande maioria das vezes, quando tem um relacionamento, apresenta sua companhia para os amigos e colegas de trabalho, fala sobre coisas interessantes que ambos viveram. Quando casado, até exibe esse status por meio de uma aliança, convida dezenas, centenas de pessoas para festejar esse momento. Nas mesas de trabalho, há fotos do casal, dos filhos etc.
Tendo em vista esse comportamento, seria razoável considerar "normal" que homossexuais, bissexuais ou transgêneros simplesmente vivam o contrário disso? Chamarmos eternamente o companheiro que amamos de "melhor amigo"? Recebermos, depois de uma grande viagem, quem tanto amamos com um simples abraço no aeroporto/rodoviária? Chamar a companheira de "uma pessoa aí" como forma de esconder o sexo dela?
Não usufruir de um direito dado a casais do mesmo sexo na empresa, por exemplo, para não "mostrar que se é homossexual ou bissexual"? Viver uma vida de mentira, omissões e receios? Alguns/mas podem dizer: "Ah, sou, mas não quero levantar bandeira"! Ué, quem disse que um heterossexual levanta a bandeira da heterossexualidade quando ele te convida para o casamento dele por exemplo? Ele só não tem vergonha de falar quem ele é. Só isso.
O Dia de Sair do Armário, 11 de outubro, que passa a ser comemorado no Brasil a partir de 2009 por iniciativa do Estruturação - Grupo LGBT de Brasília, quer justamente suscitar essa reflexão. Até que ponto aceitar ter uma vida cheia de máscaras? Qual o limite de ficar "agradando" ou "não decepcionando" pessoas imaginando que elas nos amam de verdade sendo que, de forma real, elas só lidam com um "personagem" que interpretamos por não nos assumirmos? Vale realmente a pena sacrificar a própria felicidade em nome da alegria da mãe, do pai, da vizinha, do padeiro, do chefe, da "melhor" amiga, do ex-professor etc, etc? Você pensa na felicidade dos outros, mas quem pensa na sua?

Por tudo o que foi exposto, vejam as indicações a seguir não como normas, mas sim como considerações sobre formas de se assumir homossexual, bissexual, travestis, transexual ou transgênero. Tudo isso em nome da única regra que realmente deve ser seguida: sermos felizes como realmente desejamos e temos direito de ser.

: : Será que sou?


Está sentindo atração por alguém do mesmo sexo? Tente analisar melhor essa sensação. Leia sobre o assunto, veja alguém aberto para conversar sobre isso com você. Sente-se melhor se comportando socialmente como o sexo oposto? A indicação é a mesma. Sim, você pode ser travesti, transexual ou transgênero. Ou não. Em ambos casos, não antecipe questões. Antes de você se ver frente à dúvida sobre o que vai fazer se você for LGBT, é necessário responder para si mesmo/a se você é ou não homossexual, bissexual, travesti, transexual ou transgênero.

Independente de quando você comece a sentir essa atração, permita-se conhecer o que sente, como seu corpo, sua mente reagem. E aí, uma verdade: pode ser algo passageiro ou não. De novo, por mais difícil que seja, viva as coisas passo a passo. E o primeiro deles tem de ser o diálogo mais fundamental de todos: você com você mesmo/a. E se puder contar com o apoio de alguém que lhe dê confiança, nossa, melhor ainda. Há grupos de ativismo arco-íris também, eles podem te ajudar. Informe-se sobre os da sua cidade.

Ah, sim, na adolescência, as questões que envolvem identidade, desejo e amor são ainda mais inquietantes. E saiba que isso é normal. É a fase mesmo para descobertas tanto do mundo quanto de si mesmo/a. E o "privilégio" de ter de lidar com tantas perguntas não é só seu. Não mesmo. Seja hétero, LGBT ou "em dúvida", cada um/a passa pela necessidade de se achar no mundo. Encare esse período de forma natural.



: : Acho que sou. E agora?



Quer seja você hétero, homo, bissexual ou travesti, transexual ou transgênero tenha consciência plena que você não é uma aberração, alguém doente, errado, que deva ser "consertado/a" ou 'curada/o". Ser LGBT é tão normal quanto ser heterossexual. Sua sensação pode ser colocada como a de um negro em meio a uma sociedade que coloca como bom ou certo apenas o que é de outras etnias. Não é você que está errado/a por ser como você é, os outros é que devem deixar de ver a diversidade como algo errado. O mesmo vale para as mulheres em um ambiente que valoriza apenas o masculino. Quem está errado são os homofóbicos, os racistas e os machistas, não nós. Vai ser normal surgir o desejo de se ser como "os outros", ser igual.

Agora o ponto: no mundo há tantas etnias, tantas culturas, tantas formas de ver o mundo, tantos jeitos de encarar a vida, tantas religiões.. E há gente baixa, alta, gorda, magra, punk, mano, patricinha, "paz e amor"... A lição está aí, basta a assimilarmos: o ser humano é diverso. E quem tentou ou tenta deixar as coisas iguais só merece sentir vergonha por lutar contra algo que nos faz essencialmente humanos. Ser LGBT é apenas mais uma característica de cada um/a.

Continuaremos a ser pessoas com sonhos, com defeitos, com momentos de tristeza e de alegria, com peculiaridades e tudo mais. O segredo é você ter firme dentro de si mesmo/a: "Seja qual for a resposta que eu encontre sobre minha sexualidade e minha identidade, não é ser como a maioria ou não que me fará ser mais errado/a ou menos certo/a do que os outros. Sou eu e ponto. Se diferente ou igual tanto faz. Nos dois casos, mereço ser feliz e respeitado/a pelo o que sou".



: : Qual o momento certo para sair do armário?



Nem comece a pensar que o momento "certo" de se assumir tem a ver com a idade. O tempo que deve ser levando em conta é quando você se sentir bem, primeiramente, com você mesma/o. Esse é o "relógio" que deve ser consultado. Imagine ir para uma prova sem ter estudado, você terá condições mínimas para dar conta do recado! Isso vale para a saída do armário.

A primeira coisa que deve estar em sintonia, estar bem é sua cabeça, seus pensamentos. Mas não precisa esperar esse ponto para pedir ajuda a alguém caso precise. Tente ver um/a grande amigo/a (mas de verdade mesmo), um/a professor/a, um parente com o qual você tenha um diálogo bom, um grupo de ativismo arco-íris, um psicólogo... Vai ser ótimo para você ter alguém para conversar, desabafar. Com você fortalecida/o, aí você pode dar o próximo passo: contar para mais alguém, e daí, o outro passo. O caminho acaba se formando.

Claro, claro, ninguém aqui está vendendo a idéia de que será fácil. Nem usamos essa palavra aqui até agora. A razão disso é porque a reação das pessoas pode ser imprevisível. A campanha Dia de Sair do Armário 2009 colheu depoimentos de LGBTs conhecidos sobre o outing deles (leia aqui).

Há gente que ganhou do pai viagem com o namorado, há pessoas que não tiveram a vida em nada mudada e outros que passaram por momentos horríveis. Agora, veja bem a resposta dessas pessoas para a pergunta sobre se é melhor viver dentro ou fora do armário! E fácil.. O que é fácil na vida? Passar no vestibular? Enfrentar o mercado de trabalho? Começar ou terminar uma relação? Fazer o salário durar até o final do mês? É, se fóssemos escolher apenas o que é fácil, é bem certo que não viveríamos.



: : Meus pais... Eles vão me matar! Ou me odiar! Ou me deserdar! Ou tudo isso junto!



Muitas pessoas dão grande valor à família. E se ver como alguém que vai "destruir" os sonhos que pais, sem nos perguntar nada, tiveram para nós ou que vai ser em carne e osso algo que é contra a religião deles, por exemplo, não é a melhor das sensações. Pode ser devastador.

Voltemos ao ponto que tanto já falamos: o principal de tudo é você se sentir bem com você mesmo. Seja você hétero, gay, lésbica, bi, travesti, transexual ou transgênero. Se você já conseguir ver que sua orientação sexual ou sua identidade de gênero, independente de qual seja ela, só é uma das várias possiblidades de se ser, sem isso significar uma doença ou erro, aí já se terá grande parte do que você precisa para ser feliz. O restante é conseqüência.

Quanto aos pais, familiares ou outras pessoas as quais você quer bem... Que tal ir os testando? Veja a reação deles quando vêem LGBT na TV, por exemplo. Se falarem mal, já comece a educá-los: "Ah, pai, deixa o povo em paz. Cada um é cada um". Viu? Você deu seu recado e não se comprometeu! Ou: "Ah, eu tenho uma amiga lésbica e ela é mó gente boa". Mais um ponto para você. Dessa forma, quem fez o comentário negativo, vai ter de engolir que o discurso contra LGBTs já não é tão aceito assim. Que vivemos em uma época em que respeitar a diversidade tem cada dia mais adeptos e defensores. Se deixarmos os comentários homofóbicos sem resposta, eles vão ganhando força e mais força. E o dia em que você for se assumir... Aí, você poderá colher o que de ruim aquelas idéias possuem.

Longe de isso ser uma receita infalível. É só uma dica para que quem não aceita LGBTs vá descontruindo o preconceito aos poucos. Porque é isso: um "pré-conceito" é uma avaliação que se tem de algo sem realmente conhecer sobre o que se fala. Para contrapor isso, é educação, é mostrar as coisas. Quando as pessoas vêem que somos como elas, que pegamos ônibus, que temos duas pernas, dois braços e adoramos dormir até tarde e lamber embalagem de chocolate derretido, como todo mundo, bom, aí estará vencida a primeira fase para que a homofobia se desfaça.



: : Iupiiii, vou me assumir agora. Assim que terminar de ler esse texto!



Ei, calma lá com o andor porque, no caso, a drag queen tá sem adesivo na peruca e figurino pode despencar. Também não precisa ser assim! Quer dizer, pode ser assim, mas, antes de sair do armário, pense no que de bom pode acontecer, claro, mas também veja se você dará conta do que de ruim pode vir. Sua família pode te expulsar de casa, você pode ser despedido/a do trabalho... Antes de mais nada, saiba de seus direitos para enfrentar isso. Os pais têm a obrigação legal de sustentar o/a filho/a até que ela/e termine os estudos por exemplo.

A maioria da população brasileira vive em unidades da Federação que colocam explicitamente em leis a proibição de atos discriminatórios contra LGBT. Um shopping inteiro pode até ser fechado por conta disso, sabia? Fe-cha-do. No mais, a Constituição é clara: nenhum tipo de discriminação pode ser aceita. Foi demitida/o por ser LGBT? Cabe um processo na Justiça do Trabalho contra isso. E sabe seu salário? Pois é, a indenização pode ser ele multiplicado por alguns bons números. Uma escola permitiu que uma aluna LGBT fosse discriminada? A responsabilidade de evitar que isso aconteça é da direção. Ela deve ser responsabilizada. Uma vendedora fez chacota por você ser LGBT? Lei do Consumidor e Código Penal nela para começar! A questão é essa: quem tem poder hoje em dia não é quem tem força física ou sabe gritar alto. É quem tem informação.

No mais, não precisa também pensar que sua vida será em um cartório processando pessoas e empresas. Cada vez mais a questão da diversidade de orientação sexual e identidade de gênero é debatida no país, defendida por governos e colocada na mídia de forma positiva. Estamos ensinando o Brasil a nos respeitar.

E se nós temos poder? Vamos ficar em apenas dois exemplos: sabe quem faz o maior ato cívico na história no Brasil do descobrimento, em 1500, até hoje? Nós LGBT e milhões de simpatizantes na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a maior do mundo. E você saberia dizer quais são as maiores manifestações de direitos humanos da história recente do país? As paradas do orgulho esplalhadas por todos os cantos da nação. E aí, temos força ou não?

Se a saída do armário vai ser agora, amanhã ao meio-dia, ano que vem... Enfim, isso não é o mais urgente. A questão principal é vermos a cada dia se estamos deixando de ser completas/os, se estamos tornando nossa vida uma mentira em nome do que os outros querem e não do que nossa felicidade precisa para acontecer. O processo pode ser lento ou rápido, o que não pode ocorrer é ele não existir. Porque a dor de olhar para trás em nossas vidas e vermos que só vivemos em função dos outros e nunca em nome do que sonhávamos... Isso sim é deve ser difícil enfrentar. E tempo é algo que não se recupera.

Sejamos, todos e todas nós, felizes! Boa saída de armário para todas/os. Boa entrada em uma vida mais plena também!




Esse texto faz parte da campanha Dia de Sair do Armário 2009.
Conheça as várias ações realizadas aqui

Obama discursa em evento gay em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste sábado que acabará com a restrição para que homossexuais sirvam no Exército. Obama disse que vai acabar com a política do "não pergunte, não conte" que permite que gays sejam militares se não revelarem sua orientação sexual.
A declaração foi feita em um discurso para milhares de gays e lésbicas durante um evento do maior grupo gay do país, o Human Rights Campaign, em Washington. O presidente disse que os Estados Unidos não podem perder pessoas que têm habilidades muito necessárias para batalhas. "Nós não deveríamos estar punindo americanos patriotas que se ofereceram para servir o país", disse. "Nós deveríamos estar celebrando a disposição deles para dar um passo adiante e mostrar tamanha coragem."
Obama não apresentou um cronograma para acabar com a política do "não pergunte, não conte", que foi aprovada pelo Congresso em 1993 e levou à expulsão de milhares de militares.

Promessas

O presidente vem prometendo lidar com questões importantes para a comunidade homossexual, mas enfrenta críticas pelo que muitas pessoas na comunidade gay avaliam como uma falha em agir. Obama pediu para que o público confie em seu governo.
"Eu entendo que muitos de vocês não acreditam que o progresso chegou rápido o suficiente. Não desconfie da direção em que estamos indo e do destino que atingiremos", disse.
Uma questão que vem preocupando a comunidade gay é a do casamento entre pessoas do mesmo sexo, segundo o correspondente da BBC em Los Angeles, Rajesh Mirchandani. Obama foi criticado por não cumprir sua promessa de acabar com o Ato de Defesa do Casamento, que limita como órgãos locais e federais podem reconhecer as parcerias entre gays e determinar os benefícios delas.
Em seu discurso, Obama pediu para que o Congresso acabe com o ato e também aprove uma lei que aumente os benefícios para parcerias gays. Uma grande manifestação pelos direitos dos homossexuais está prevista para este domingo, em Washington.


Em parte do discurso ele citou a cantora Lady Gaga, que ficou de pé para aplaudi-lo. Ela também se apresentou cantando a música “Imagine” dos Beatles com direito a alterar a letra mencionando os direitos gays.


(Fonte:http://cenag.terra.com.br/noticias_ler.php?id=OTYz )

Curitiba: Parecer desfavorável a pedido de adoção por homossexual gera polêmica

O parecer contrário da promotoria da 2ª Vara da Infância e da Juventude e Adoção, em Curitiba, em relação a um caso de adoção por um homossexual está gerando polêmica. O assumido empresário Jonathas Stephen Barros Júnior tinha a intenção de adotar uma menina de 4 anos, mas a promotora de Justiça Marília Vieira Figueiredo, contrariando o deferimento da juíza Maria Lúcia de Paula Espíndola, recorreu.

Figueiredo argumentou que Barros só poderia adotar uma criança maior de 12 anos, que já seria capaz de dizer se aceita ou não ter um pai homossexual. A menina que o empresário quer adotar vive num lar que acolhe meninas portadoras do vírus HIV. Ele mora com um companheiro britânico e tem dupla cidadania, mas entrou com o pedido sozinho.

“Como impor que a criança assuma essa luta? Após os 12 anos ela pode dizer se concorda”, disse Figueiredo. “Se a criança tiver uma certidão de nascimento com o campo do nome dos pais preenchidos com João e Antônio, a discriminação já começará aí. Ela terá de se preparar para esse dia a dia. Se ela disser que sim, tudo bem. Uma criança que é adotada por um casal homoafetivo vai ter de dizer porque tem dois pais. Não é um prejuízo, mas um ônus”, afirmou a produtora em entrevista ao Jornal Gazeta do Povo.

O G Online procurou para comenta o caso Maria Berenice Dias, Desembargadora aposentada do Rio Grande do Sul e uma das mais importantes defensoras dos direitos da comunidade LGBT. “A atitude da promotora é inconstitucional. É inconcebível que alguém considere um abrigo melhor do que um lar, ainda mais sendo a criança portadora do HIV. E se esse empresário passou por toda a triagem de adoção, ele tem condições de oferecer um lar a essa menina”.

Dia explicou ainda que "no caso da adoção por um casal heterossexual, a criança nunca é consultada sobre a adoção. Por que então fazer diferente quando o interessado é um casal homossexual?".

O parecer da promotora, no entanto, não é definitivo. O empresário já recorreu e aguarda a decisão da justiça.
(Fonte:http://gonline.uol.com.br/site/arquivos/estatico/gnews/gnews_noticia_22974.htm)

SP oferece retirada de silicone em travestis

A partir desta semana, transexuais e travestis do Estado de São Paulo terão acesso à cirurgia para retirada de silicone industrial pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O serviço, gratuito, será oferecido em pelo Ambulatório de Atenção Integral à Saúde das Travestis e Transexuais, instalado na capital. O procedimento é importante porque o silicone industrial não é próprio para o organismo e, injetado de forma inadequada, provoca deformidades e problemas de saúde.

A unidade também oferece serviços como a hormonoterapia e a cirurgia de readequação sexual. Anualmente, são realizadas três cirurgias para mudança de sexo em parceria com o Hospital das Clínicas. A meta deste ano é quadruplicar este número. De acordo com Maria Clara Gianna, coordenadora do Centro de Referência e Tratamento (CRT) em DST/Aids, que está dentro do ambulatório, o objetivo é instalar serviços como este em todo o Estado de São Paulo e que todos “independentemente de sua orientação sexual, raça ou credo possam ter uma assistência adequada dentro do SUS”.
(Fonte:Welton Trindade via http://paroutudo.com/noticias)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Polícias Civil e Militar fecham cerco contra atos obscenos no Autorama

Se você gosta de dar suas escapadinhas e fazer a safadinha no Autorama (foto), no Parque Ibirapuera, em São Paulo, é bom ficar de olho porque a polícia está marcando em cima de quem pratica os atos supostamente obscenos. A fiscalização é feita também em todo o parque, inclusive naquele bafônico bambuzal, viu?

A operação está sendo realizada em conjunto pelas polícias Civil e Militar e tem como objetivo coibir práticas consideradas mais ousadas, tipo aquilo de fora, aquilo naquilo, a boca naquilo. Para passarem despercebidos e se infiltrarem no meio da galera, os policiais andam à paisana (sem identificação ou farda).

Segundo declarou à imprensa o secretário municipal de Segurança Urbana, Edsom Ortega, "as pessoas faziam isso achando que não teriam nenhum tipo de sanção". Mas agora sofrem. Em 15 dias de operação já foram registradas seis ocorrências de atos obscenos e 10 pessoas foram detidas, sendo liberadas em seguida.

Além disso, o secretário afirma que a operação diminui o número de reclamação dos vizinhos do parque que, mesmo não tendo uma boa visão do que acontecia, achavam ruim a pegação ali perto deles. Câmeras de segurança também devem ser instaladas em pontos estratégicos nos próximos dias.

Antes de essa operação começar, desde agosto, agentes do 36º Distrito Policial, do Paraíso, faziam (e ainda fazem) as rondas às quintas e sextas-feiras, entre as 20h e a 0h. O ato obsceno é previsto como crime no Código Penal Brasileiro e é punido com três meses a um ano de detenção ou multa. Agora, definir o que é um “ato obsceno”, aí sim é difícil.
(Fonte: Hélio Filho via Mix Brasil)

Grupo LGBT do DF promove concurso fotográfico usando Dia de Sair do Armário como tema

O Estruturação, grupo LGBT de Brasília, está realizado um concurso fotográfico para promover o Dia de Sair do Armário, comemorado em 11 de outubro. Você tem até esta quinta, 08, para enviar uma foto explicitando o quanto assumir e aceitar a própria homossexualidade pode significar uma real libertação.

As fotos inscritas serão submetidas ao voto de internautas no site Parou Tudo e a grande vencedora nacional embolsa R$ 500. Os três primeiros colocados levam uma peça de roupa íntima da Casa das Cuecas.

Os mais bem posicionados no ranking do Distrito Federal ganham entradas para o Cine VIP e para a festa Babaloo.

As fotos digitais devem ser enviadas para este e-mail: diadesairdoarmario@estruturacao.org.br

Se liga nas regras do concurso:
Em relação à imagem enviada é obrigatório:
- Ter um guarda-roupa, um closet ou um armário.
- A exposição do rosto do/a concorrente.
- Não mostrar seios, genitália ou nádegas desnudas.
- Não haver clara modificação por programas de manipulação de imagem.

Só serão aceitas candidaturas individuais e você tem que enviar nome e sobrenome verdadeiros.
(Fonte:http://mixbrasil.uol.com.br/upload/noticia/5_71_74542.shtml )

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

11 de outubro: Dia de Sair do Armário


Todo dia é dia se se viver como somos, mas 11 de outubro no Brasil passará a ser um dia especial quando o assunto for viver longe da mentira e da omissão no que diz respeito à homossexualidade, à bissexualidade e à identidade de gênero. O Estruturação - Grupo LGBT de Brasília, a partir deste ano, passará a comemorar o 11 de outubro, Dia de Sair do Armário.

O objetivo é envolver lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e heterossexuais na construção de uma realidade em que a diversidade de orientação sexual e a identidade de gênero possam ser vividas de forma livre e respeitosa. Algo que passa, necessariamente, pelo bem-estar individual de se colocar na sociedade como LGBT sendo-se verdadeiramente quem se é. Não acreditamos em um conceito de integridade psicológica, base para uma vida plena como cidadão/ã e ser humano, no qual uma pessoa precise mentir, omitir ou dissimular sua orientação sexual e sua identidade de gênero para poder estar em sociedade.

A iniciativa é feita para trazer ao Brasil o movimento sobre o tema que é feito desde 1988, quando, nos EUA, começou-se a celebrar o National Coming Out Day, em 11 de outubro. A proposta não é determinar um dia para se sair do armário, mas sim levantar o debate sobre a importância de se assumir e se ser publicamente quem se é internamente.

A campanha, inédita no Brasil, tem várias ações:
- Concurso nacional de fotografias relativas ao tema sair do armário com distribuição de prêmios;
- Orientações sobre como sair do armário, enfim, assumir-se como LGBT;
- Explicação sobre o termo a origem do termo sair do armário;
- Divulgação de como pessoas LGBT influentes e conhecidas enfrentaram o desafio de não mentir ou omitir a própria orientação sexual e/ou identidade de gênero.

Saiamos, quebremos, destruamos todos os tipos de armários contra nossa liberdade. Venham para aqui fora, onde podemos ter a felicidade não do vizinho, da mãe, do pai, do colega, das outras pessoas, mas sim a nossa própria felicidade. Até porque quem nos ama verdadeiramente também se alegra quando ficamos felizes. E é isso o que conta na vida!
(Fonte:http://paroutudo.com/noticias/category/armario2009)