quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Governo de São Paulo realiza evento para divulgar lei anti-homofobia

Na quinta-feira (10/12) comemora-se o Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para celebrar tal data a Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania e a Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual irão realizar um ato para divulgar a lei estadual de combate a homofobia.

A novidade é que agora as pessoas residentes do interior paulista que sofrerem com ataques homofóbicos não mais precisarão ir à capital para fazer a denuncia. Os processos podem ser registrados pelas Procuradorias Regionais. Quando os processos estiverem prontos é que as vitimas deverão se apresentar na capital.

No mesmo dia será reafirmado o Convênio entre a Secretaria da Justiça, Defensoria Pública e Prefeitura de São Paulo. Com isso, as pessoas de baixa renda que fizerem denuncia por terem sofridos ataques homofóbicos e não tiverem dinheiro para advogado, poderão contar com assistência jurídica gratuita. Isso vale para as pessoas da capital e do interior de São Paulo.

Capacitação

Na quinta-feira a Coordenação estadual também promove o III Curso de Capacitação em Direitos Humanos e Diversidade Sexual para gestores públicos do Estado. O evento vai até o daí 11/12 e tem com objetivo capacitar os servidores públicos a respeito dos direitos humanos LGBT.


(Fonte: A Capa)

Governo e Justiça paulistas firmam acordo anti-homofobia

Uma parceria entre três órgãos do governo paulista e a prefeitura paulistana vai permitir que casos de discriminação de todo o Estado sejam denunciados e apurados nos próprios municípios, dispensando a vítima de homofobia de ter que vir até a Capital para abrir seu processo. A parceria vai ser firmada em São Paulo, na próxima quinta-feira, 10, Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, às 9h, na Secretaria de Justiça do Estado.

O acordo vai envolver a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania - por intermédio da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual -, a Procuradoria Geral do Estado, a Defensoria Pública e a Prefeitura de São Paulo. O objetivo é ampliar a promoção da Lei 10.948/01, de combate à homofobia, em todo o Estado fazendo com que as Procuradorias Regionais das cidades do interior paulista passem a processar as denúncias e encurtem as distâncias para quem foi vítima de homofobia.

Antes era preciso que as pessoas se deslocassem até a capital paulista para fazer sua denúncia de discriminação. A partir da parceria, a denúncia passa a ser feita na própria cidade e somente após essa preparação inicial é que segue para julgamento na Comissão Processante Especial, instalada em São Paulo. Será criado também um Grupo de Trabalho que tem como objetivo elaborar uma proposta de decreto regulamentar da Lei 10.948/01 para dar mais força jurídica à lei, esclarecendo as dúvidas sobre sua aplicabilidade.

Secretaria de Justiça, Defensoria Pública e Prefeitura vão aproveitar que estarão juntas e renovarão também na próxima quinta-feira o convênio que permite a pessoas de baixa renda, de todo o Estado, contarem com assistência jurídica gratuita para formalizarem suas denúncias de homofobia.

(Fonte: Mix Brasil)

Votação do PLC 122 é adiada mais uma vez

A votação do PLC 122 pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado foi mais uma vez adiada. A comissão iria se reunir nesta quarta, 09, mas cancelou o encontro. Na pauta estava o exame de 21 itens, entre eles o projeto que criminaliza a homofobia.

A reunião deve ser realizada na próxima semana, em data a ser divulgada.

Antes de votar o PLC 122, os senadores integrantes da comissão deverão apreciar dois requerimentos que pedem audiência para instruir o projeto. Caso os pedidos sejam aceitos, a votação do projeto será mais uma vez adiada.


(Fonte: Mix Brasil)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

PLC 122 pode ser votado nesta quarta

A votação do PLC 122, que pode tornar crime condutas homofóbicas, está na pauta da reunião que será realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado nesta quarta, 09. A expectativa geral é a de que o projeto seja votado, mas antes disso a comissão deverá votar dois pedidos para nova audiência pública sobre o assunto. Caso os requerimentos sejam aceitos, a votação do PLC 122 será novamente adiada.

O projeto divide os senadores integrantes da comissão. Enquanto de um lado estão políticos como Fátima Cleide (PT-RO) e Patrícia Saboya (PDT-CE), do outro estão Marcelo Crivella e Magno Malta (PR-ES). Para Fátima Cleide, o projeto é oportuno pois a intolerância resultou em 122 mortes de homossexuais no Brasil em 2008. Já segundo Crivella, "essa proposta fere todo sacerdote, todo padre, todo pastor e todo pai que queira ensinar ao filho que homossexualismo é pecado".

Aí embaixo você tem os e-mails de todos os integrantes da comissão. Lembrando que os camaradas estão no Congresso para representar os interesses da sociedada, quem sabe não vale a pena mandar uma mensagem para cada um deles pedindo uma forcinha?

Presidente: Cristovam Buarque - cristovam@senador.gov.br
Vice presidente: José Nery - josenery@senador.gov.br

Marcelo Crivella - crivella@senador.gov.br
Fátima Cleide - fatima.cleide@senadora.gov.br
Paulo Paim - paulopaim@senador.gov.br
Patrícia Saboya - patricia@senadora.gov.br
Gerson Camata - gecamata@senador.gov.br
Gilvam Borges - gilvamborges@senador.gov.br
Paulo Duque - paulo.duque@senador.gov.br
José Agripino - jose.agripino@senador.gov.br
Rosalba Ciarlini - rosalba.ciarlini@senadora.gov.br
Eliseu Resende - eliseuresende@senador.gov.br
Arthur Virgílio - arthur.virgilio@senador.gov.br
Cícero Lucena - cicero.lucena@senador.gov.br
Flávio Arns - flavioarns@senador.gov.br
Wellington Salgado - wellington.salgado@senador.gov.br
Adelmir Santana - adelmir.santana@senador.gov.br
Sérgio Zambiase - zambiasi@senador.gov.br



(Fonte: Mix Brasil)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Maioria dos brasileiros é favorável ao PLC 122, segundo DataSenado

A enquete promovida pelo Senado sobre o PLC 122, que criminaliza a homofobia, foi encerrada nesta semana com um resultado apertado, mas desfavorável à comunidade LGBT.Contabilizados mais de 400 mil participações, a resposta contrária à aprovação do
projeto venceu com 51,54% contra 48,46%.

E não é que justamente nesse momento, o mesmo DataSenado divulgou os resultados de uma pesquisa também tratando da possível criminalização da homofobia? Realizado em junho de 2008, o estudo aponta que a população brasileira está de portas abertas para a criminalização da homofobia. Ao todo, 70% dos entrevistados são favoráveis ao projeto.

Os jovens aparecem como a fatia da população mais a favor do PLC 122. Entre aqueles com idades entre 16 e 29 anos, os que apoiam o projeto somam 76%. Ainda de acordo com a pesquisa, aqueles com mais tempo de estudo tendem a ser mais favoráveis ao PLC 122: são 78% de aprovação entre os que tem Ensino Superior e 55% entre quem tem até a 4ª série do Ensino Fundamental.

E um dado um tanto surpreendente: a maioria dos evangélicos ouvidos (55%) disse apoiar o projeto contra homofobia. Não deixa de ser irônico, já que é justamente a bancada evangélica no Congresso Nacional uma das maiores responsáveis por emperrar projetos pró-LGBT.

Foram ouvidas 1.120 pessoas das cinco regiões do País.

(Fonte: Mix Brasil)

Pessoas com aids sofrem mais com problemas sociais e psicológicos do que com ação do HIV no organismo

Pesquisa da Fiocruz mostra que 65% dos pacientes em tratamento avaliam seu estado de saúde como bom ou ótimo. Na população geral, esse índice é 53%. Soropositivos, porém, têm mais depressão e ansiedade.

Um estudo realizado com pessoas em tratamento de aids no Brasil mostra que elas sofrem mais com problemas relacionados à interação social do que com a ação do vírus no organismo. Sessenta e cinco por cento dos entrevistados avaliam seu estado de saúde como bom ou ótimo. O índice é cerca de dez pontos percentuais maior que o da população geral – a diferença persiste mesmo após padronização por sexo e faixa etária. A comparação com portadores de outra doença crônica ou de longa duração surpreende ainda mais. Apenas 27% (um percentual duas vezes menor) desses outros pacientes classificam sua própria saúde como boa ou ótima. Os números fazem parte da pesquisa Percepção da qualidade de vida e do desempenho do sistema de saúde entre pacientes em terapia antirretroviral no Brasil. Na fase de análise, os dados também foram comparados aos da Pesquisa Mundial de Saúde, feita pela OMS em 2003.

A pesquisa foi realizada, pela Fundação Oswaldo Cruz, em 2008, com 1260 pessoas em tratamento antirretroviral. Contou com financiamento da USAID e o apoio do Ministério da Saúde. Seus resultados são representativos de toda a população em tratamento antirretroviral, atualmente em cerca de 200 mil pessoas.

A boa percepção do próprio estado de saúde entre as pessoas com aids contrasta com problemas sociais e psicológicos enfrentados por elas. Nesse ponto, a situação de quem está em tratamento com o coquetel antiaids é pior do que a população geral. Entre as mulheres soropositivas, 33% afirmaram ter grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão e 47% grau intenso ou muito intenso de preocupação e/ou ansiedade. Entre os homens, o índice é um pouco menor – 23% e 34%, respectivamente.

A Pesquisa Mundial de Saúde fez a mesma pergunta para a população geral e constatou que apenas 15% declararam sentir um grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão. Preocupação e ansiedade na população geral também foram menores – 23% para o total (28% entre as mulheres e 17% entre os homens).

Esses resultados indicam que, apesar de mais da metade das pessoas autoavaliarem bem sua saúde, uma boa parte ainda não superou os traumas psicológicos causados pelo diagnóstico de HIV/aids. “O sentimento de tristeza e depressão pode ser explicado pela falta de apoio social, pelo sentimento de discriminação, pelo sentimento de solidão, entre outros, que diferenciam as pessoas com aids da população geral”, afirma a coordenadora da pesquisa, Célia Landmann.

Em relação ao estado de saúde, o que se percebe é que o impacto do diagnóstico é tão forte, que após o início do tratamento e a melhora das condições imunológicas, as pessoas se sentem saudáveis novamente. “Quando fazemos a pergunta, elas acabam por comparar a situação atual ao momento do diagnóstico, o que faz com que boa parte dos pacientes respondam que atualmente sua saúde é excelente ou boa”, explica o pesquisador Paulo Borges, que defendeu doutorado na Fiocruz como parte da pesquisa.

Estigma e preconceito – A pesquisa também identificou os impactos positivos e negativos do diagnóstico da aids entre os participantes do estudo. Desses, 38% afirmaram não ter tido nenhum ganho e 43,5% disseram ter, depois do diagnóstico, melhor assistência à saúde. Outros 18,6% afirmaram ter maior suporte social.
(Fonte: Site Abalo)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

1º de Dezembro; Dia Mundial da Luta contra AIDS






COAS Jundiaí. R. Conde Monsanto, 480. Tel. 7396.2402. 3ª a 6ª, das 8h às 17h.

CTA de Várzea Paulista. Praça Castro Alves, sem número, na Vila São José. 2ª a 6ª, das 8h às 17h.

Gays discriminam ao criar regras de comportamento para gays

Por Rodrigo Collares
Podemos fazer a seguinte reflexão: homossexuais, historicamente, sempre romperam com as normas. Aos mais ansiosos, peço cautela para explicar melhor tal afirmação. Não é da norma que tiramos a regra? E qual a regra em uma sociedade heterosexista, ou seja, em uma coletividade na qual se presume a heterossexualidade das pessoas? A regra é que a sexualidade se exerce entre pessoas de sexos diversos. É a democracia, como ditadura da maioria.

De mãos dadas com as normas existentes na esfera social, estão os preceitos que se alimentam e bebem da religião (ou das religiões), que são os conhecidos dogmas. Repare: convivemos em uma sociedade em que há o certo e em que se conhece o errado. Onde se dita a verdade e é-se implacável com a mentira. Normas, leis, regras: por quem? Para quem?

Recuperando, então, o raciocínio do primeiro parágrafo, os homossexuais vieram quebrando normas, rompendo ditames estabelecidos. Quiçá transgressores ou, sendo mais simplista e não menos intenso, corajosos. Os gays foram símbolo de libertação e ousadia. Não somente de sexualidade, mas de quebra de uma falsa hegemonia, diga-se de passagem, até hoje forçosa.

Mas parece existir algo mais forte e resistente do que as próprias forças e resistências. Mesmo que não queiramos considerar o ser humano como possuidor de uma essência, há que se considerar uma questão social, que seja, moldadora de algo interno nos seres humanos capaz de uniformizá-los ou deixá-los com necessidades de padrões e regras. Mais ou menos como reféns. Nós sempre temos e teremos que ser reféns de algo?

Por que levanto essa questão? Pois há tempos os homossexuais além de quebrarem regras, criaram normas para seus semelhantes. Normas que chamo aqui de homonormatividade. Tais regramentos perpassam não somente o visível, como a estética ou os valores, mas que se encaminham para cada vez mais consolidar questões metafísicas, como as regras. É, por óbvio, uma reafirmação dos próprios valores e questões outrora combatidos com veemência. Mais intensa ainda acabam sendo as discriminações geradas por tal lógica.

Uniformizar, igualar, discriminar, segregar, parecem ser conceitos hoje em dia pertencentes não apenas à sociedade que foi tão contestada pelos homossexuais no passado e no próprio presente. Pelo que se lutou contra no passado (ou pelo que se luta contra no presente), é repetido pelos próprios gays. São padrões nos quais, caso você não esteja, vai ser difícil sua inclusão. Gays têm corpos esculturais, têm roupas de grifes famosas e têm cabelos que são tendência. Se você não os têm, você está ‘out’.

Se você é um gay, você não pode estar gay. Quase como uma questão ética, se você escolheu ficar com homens, como pode em um determinado momento sentir atração por mulheres? Se você entrou para a caixa quadrada dos padrões gays, você não poderá abandoná-la com facilidade. Sair do armário é uma expressão que representa muito bem isso. Se você sai de dentro de um armário, isso demonstra que você estava escondido, meio sufocado, assim no escuro. Claro que muitos gays sentem-se assim, oprimidos justamente pela sociedade já mencionada, a heterosexista.

Todavia, sair do armário implica em assumir-se gay, ou seja, colocar-se dentro de outro padrão. Em outro armário? “Voltar” é praticamente impossível, para a maioria das pessoas, se você exerceu a sua sexualidade em um determinado momento com alguém do mesmo sexo, você é gay e ponto. Uma das tantas lutas do movimento gay, durante muito tempo, foi mostrar à sociedade que pessoas do mesmo sexo podem se amar e podem manter relações sexuais que consolidem esse amor ou não. Assim mesmo, igualzinho aos heterossexuais que transam com alguém que amam ou não.

No entanto, os homossexuais são tão iguais aos heterossexuais que repetem falhas de julgamento exatamente da mesma forma. Pois exercer o amor e o sexo com liberdade implica em não determinar um padrão, uma norma ou uma regra que esteja estabelecida. Você pode sentir atração com liberdade e exercê-la com a mesma liberdade. Só se está dentro do armário por uma ditadura imposta como verdade. Se o exercício do amor e da sexualidade fosse realmente livre, desprendido de verdades ou radicalismos, não se teriam armários de onde sair.

A homossexualidade, quando imita a heterossexualidade em sua forma de compreender a sexualidade, reforça um modelo bestial de compreensão do ser humano. Termos como passivo e ativo, por exemplo, cooperam para definir papéis dentro de uma relação. São, então, os gays ditando e determinando padrões, verdades. O homem historicamente diminuiu a mulher, uma violência rechaçada por muitos homossexuais. Todavia, tais definições (passivo e ativo) apenas reforçam isso e, ademais, a violência não é menor com o dito passivo.

A homonormatividade é, por si só, excludente. Você sai de um padrão social de maioria para um de minoria, mas não menos sufocante, angustiante. O exercício a ser feito talvez seja o de refletirmos a sexualidade humana, sem pensarmos nas “caixinhas” moldadoras e enquadradoras a que sociedade exige que pertençamos.

Pensar em uma homonormatividade é constatar que os gays deram um passo atrás, estão se conservadorizando, julgando uns aos outros em escalas de pode, não pode. Verdade, mentira. Certo, errado. Talvez tudo isso seja apenas uma necessidade imensurável do ser humano em sempre sentir-se culpado. Para existir a culpa, tem que haver o desvio. Para haver o desvio, tem que existir a norma.
(Fonte: Mix Brasil)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

3º Parada Gay de Bragança Paulista



Dia 29/11: 3ª PARADA DO ORGULHO LGBTTS DA CIDADE DE BRAGANÇA PAULISTA.

Concentração: Av José Gomes (Trav Riachuelo) às 13h

EXCURSÃO PARA O EVENTO

DIA 29/11, AS 11H, EM FRENTE AO TERMINAL CENTRAL (CENTRO DE JUNDIAÍ)

VALOR: R$ 15

Retorno previsto para as 2h da manhã.
Informações: 7297 4766

Ativista gay consegue protestar contra presidente do Irã

O ativista Júlio Cardia, 25 anos, fez um protesto solitário durante o último compromisso do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, em Brasília.
Com a bandeira do arco-íris nas mãos, ele ficou a menos de cinco metros de Ahmadinejad, na sala onde o presidente do Irã concedia uma entrevista coletiva, no hotel onde estava hospedado.
O ativista passou pela segurança e sentou-se no fundo da sala. Perto do final de entrevista ele exibiu um cartaz tomado pelos agentes iranianos. Em seguida, exibiu a bandeira do arco-íris.
No cartaz se lia a frase "Pela vida dos gays, contra Ahmadinejad". "A gente não pode aceitar que outras pessoas como mulheres, como judeus, como LGBTs, sejam mortos apenas pela sua condição, pela sua identidade de gênero" disse Cardia em entrevista para o SBT Brasília. Durante a entrevista, o presidente iraniano chegou a dizer que existe liberdade para as pessoas no Irã ao ser perguntado sobre os protestos de homossexuais contra ele.
(Fonte: Cena G)

Primeira História em Quadrinhos com super-heróis LGBT do mundo

“Spandex” é uma revista em quadrinhos com uma super liga de super-heróis gays, lésbicas, travestis e transexuais lançado essa semana nas bancas da Inglaterra.

O cenário é a cidade de Brihton, Inglaterra, e a liderança do bem é feita pela glamorosa travesti Liberty (liberdade). Os outros personagens são: a lésbica Diva, Prowler, que tem o poder de absorver os poderes e habilidades de qualquer gay, Indigo, o francês teletransportador, o Homem-Luz-Glitter e os gêmeos fortinhos Mr.Muscles & Butch.
Na primeira aventura os heróis de Spandex terão que defender sua cidade natal do “Ataque da lésbica com pé tamanho 50” (´Attack of the 50-Foot Lesbian´). Ainda do time do mal, estão personagens como Muscle Mary (Maria de Músculos), Pussy (Vagina) e The Pink Ninjas (Os ninjas rosas).
O criador da série, Martin Eden, disse ao tablóide inglês The Sun que os homossexuais nas histórias em quadrinhos são “sub-representados” e que Spandex chegou para mudar esse cenário: “"Spandex introduz um monte de novos personagens fabulosos que irão balançar o mundo das HQ como uma tempestade. É um divertimento, experimental em quadrinhos, cheio de drama, comédia, romance e ação.
Não há, por enquanto, indício de distribuição de Spandex pelo mundo. Entreanto, você pode comprar um exemplar pelo site oficial.
(Fonte: Cena G)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Passeio ciclístico LGBT acontece sábado em SP

No próximo dia 28 de novembro (sábado) acontecerá em São Paulo o Passeio Ciclístico da Diversidade Sexual de São Paulo - Pedalando Sem Homofobia.

O evento foi idealizado pelo grupo SP Gay Bikers, um grupo de amigos que criou o primeiro grupo gay de amantes de bike do Brasil, pela KFuture Sports, empresa de gestão esportiva e eventos; e Cads (Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual ), da Secretaria de Participação e Parceria da Prefeitura de São Paulo.

O passeio conta com o apoio institucional da Secretaria de Esporte, Lazer e Recreação de São Paulo e da SP Turis.

O projeto tem como objetivo proporcionar uma atividade gratuita à população e ampliar a visibilidade de uma gestão pública organizada, objetivando a interação da população LGBT por meio do esporte.

O evento terá a concentração no Largo do Arouche, centro da cidade de São Paulo, a partir das 21 horas, passando pela avenida São João e Elevado Costa e Silva (Minhocão) e terminando no mesmo local de início, além de contar também com apoios técnico e médico, bem como da Polícia Militar, da Guarda Civil Metropolitana e da CET. Poderão participar as pessoas com idade de 14 a 65 anos de ambos os sexos.

Dentre as ações que serão realizadas, estão previstas premiações para ciclista mais original e bike mais enfeitada.

Inscrições e informações no site www.ciclismodiversidade.wordpress.com ou pelo email ciclismodiversidade@gmail.com.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ONU lança campanha contra o preconceito no Brasil

10 filmes com 30 segundos cada um, trazendo mensagens contra o preconceito serão veiculados em emissoras de TVs no Brasil. Eles fazem parte da campanha "Igual a Você" que a ONU lança nesta segunda-feira, 16 de novembro, no Rio de Janeiro.

Com a campanha, as agências da ONU querem chamar a atenção da sociedade brasileira para a igualdade de direitos. A ação é contra o estigma e preconceito no Brasil vivenciado por minorias como negros, gays, profissionais do sexo, entre outros.

Nos filmes, lideranças de cada um dos grupos discriminados apresentam mensagens contra o preconceito destacando sempre a diversidade de idade, raça, cor e etnia presente no país.

O lançamento da campanha acontece ao mesmo tempo em que as agências da ONU apresentam um panorama da realidade enfrentada por cada uma dessas populações alvos do preconceito.








(Fonte: Cena G )

Artigo fala da polêmica enquete sobre a punição de atos homofóbicos

Por Antonio Prata

"Você é a favor da aprovação do projeto de lei 122/2006, que pune a discriminação contra homossexuais?" Desde que a enquete apareceu no site do senado, faz umas semanas, evangélicos de todo o País iniciaram uma cruzada via internet, pelo direito de ofender pessoas que namoram pessoas do mesmo sexo.

Uma senhora chamada Rosemeire, por exemplo, expondo num blog seu temor de que a lei seja aprovada, disse que vivíamos "O início da Ditadura Gay no mundo!". Pelo que entendi, Rosemeire acredita que está em curso uma batalha global, travada entre heteros e homossexuais, pela hegemonia na Terra. Hoje, os heteros estão vencendo, mas é só porque têm amparo legal para chamar os gays de veadinhos, as lésbicas de sapatonas e rir das piadas do Juca Chaves. No momento em que passarem a punir quem ofender pessoas que namoram pessoas do mesmo sexo, elas perceberão que chegou a hora, sairão todas correndo da The Week e tomarão o poder.

Imagine só, Rosemeire? Criancinhas terão de cantar Village People na escola, enquanto assistem ao hasteamento da bandeira do arco-íris. Aos domingos, em vez de futebol, as TVs transmitirão Holiday on Ice e, com 18 anos, os jovens serão obrigados a alistar-se no exército, fazer flexões de braço, dormir e tomar banho, uns na frente dos outros. Que horror!

Se você acha que Rosemeire exagerou, é porque não leu o blog de Rozângela Justino, cristã, psicóloga e indignada: "Se esse projeto (...) for aprovado, estaremos institucionalizando em nosso país o sistema de castas e todos aqueles que não forem homossexuais serão considerados cidadãos de segunda classe."

Uau, Rozângela! O mundo, então, seria governado pela casta das Drag Queens? Um advogado gay, de terno e cabelo curto, seria de uma casta intermediária? E lutadores do Ultimate Fighting viveriam de esmolas? Bem, talvez não...

Quanta imaginação têm as duas mulheres. Se seus piores pesadelos fossem filmados, seria preciso unir o talento de um Fellini com o de um Clóvis Bornay; juntar, no mesmo caldeirão, George Orwell e Andy Warhol; vislumbrar as ruas de Nova Délhi sendo percorridas pela banda de Ipanema.

Se bem que... Sei lá. Pensando melhor, talvez o temor de Rosemeire e da Dra. Justino tenha algum fundamento. Veja o caso dos negros: há poucas décadas, todo mundo contava piada racista e eles eram cidadãos de segunda classe. Veio esse papo de igualdade, o que aconteceu? Um mulato chegou à presidente dos Estados Unidos!

A batalha racial já está perdida, mas a sexual ainda pode ser ganha! Basta ir ao
www.senado.gov.br, clicar em NÃO e mostrar a todos que ainda tem gente disposta a lutar por um mundo injusto, desigual e preconceituoso!

(Fonte: http://cenag.terra.com.br )

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Psicóloga missionária Rozângela Justino continua sua campanha contra a PLC 122/06 e os homossexuais

Depois de sofrer censura pública, no dia 31 de julho, pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), a psicóloga missionária Rozângela Alves Justino, 50, continua com sua campanha contra os homossexuais.
Pela Internet, ela conclama os evangélicos para votarem contra a enquete sobre a aprovação do Projeto de Lei da Câmara 122/06 (PLC 122/06), realizada no site do Senado, mas que está fora do ar.
“Se ela retornar [a enquete] diga "NÃO". Não queremos o PLC 122/2006, sem emendas e nem com emendas! Deixamos isso claro na votação, no entanto chegou até nós as notícias de que o "NÃO" ganhava e colocaram o resultado da enquete como se o “SIM” tivesse ganho. Estranho, não? Por fim, retiraram do ar o resultado e a enquete”, escreveu em seu blog.
Além de solicitar que os contrários à aprovação do PLC 122/06 votem na enquete, Rozângela ataca a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe o tratamento da homossexualidade como desvio e promessa de “cura” e reversão dos homossexuais. Por desobediência à resolução, foi censurada publicamente, ou seja, proibida de curar homossexuais no seu consultório e a censura sendo divulgada nos meios de comunicação e em revistas especializadas.
Pró-homossexualismo – “Infelizmente, não podemos apoiar qualquer Projeto de Lei e nem lei pró-homossexualismo porque tais projetos de leis e leis têm finalidades políticas e econômicas, e na verdade não são para proteger e nem ajudar qualquer pessoa na condição homossexual, muito pelo contrário, é para impedir que sejam ajudadas, inclusive. Um exemplo é a RESOLUÇÃO 01/99 do CFP – os psicólogos estão proibidos de apoiarem pessoas que voluntariamente desejam deixar a homossexualidade”, alega a psicóloga missionária.
CPI das passeatas gays – Quanto ao sentido de interesses políticos e econômicos, Rozângela Justino deseja que seja realizada uma Comissão Palamentar de Inquérito “(CPI) das Passeatas Gays”. Segundo ela, assim poderá se saber sobre este movimento “desconstrutor social e dos princípios cristãos”. Ela cita o nome do governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que prometeu aumentar o investimento de verbas no movimento gay.
“Para financiar o movimento gay há verba à vontade e serão aumentadas. Por que não há verba para investir em água potável para algumas localidades do Estado, hospitais, pavimentação das ruas, etc.? O mesmo acontece em todo o Brasil”, compara sem fundamento lógico a psicóloga missionária.
Registro profissional – Na época da censura pública à piscologa missionária, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (ABGLT) entrou com denúncia e pedido de cassação do registro profissional de Rozângela Justino, além de um abaixo-assinado de várias instituições LGBT. Rozângela, por sua vez, se diz perseguida. “Os ativistas do movimento pró-homossexualismo continuarão me perseguindo para me impedir de exercer a profissão”, alardeia.

Pela primeira vez o SIM em favor à aprovação da PLC 122/06 toma a dianteira na enquete realizada pelo Senado

BRASÍLIA – Depois de contabilizar mais de 500 mil votos e sair do ar e voltar zerada, a enquete realizada pelo site do Senado sobre a aprovação do Projeto de Lei da Câmara 122/06 (PLC 122/06) reverteu o resultado com o “SIM” na frente.

O projeto que pune a homofobia no Brasil tem a aprovação parcial apertada na vontade dos internautas. Na madrugada desta sexta-feira, o “SIM” está com 52% e o “NÃO” com 48%. No início da madrugada, a enquete já contabilizava pouco mais de 53 mil votos.
Colocada no ar no último dia 06, e depois de ter passado dois dias fora do ar por suspeita de burla no sistema, retornou na quarta-feira, 11. A pesquisa é realizada pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública (Sepop) do Senado e ficará no ar até o dia 30 de novembro.
Diversos evangélicos ortodoxos, como a psicóloga missionária Rozângela Justino, fazem campanha na internet para que os seguidores de Cristo votem em massa contra o projeto.
Substitutivo – O texto substitutivo do PLC 122/06 foi aprovado na terça-feira, 10, pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e seguiu para apreciação da Câmara dos Deputados, onde aguarda pauta para votação. Na quarta-feira, 11, os senadores evangélicos Marcelo Crivella (PRB-RJ), Magno Malta (PR-ES) e Valter Pereira (PMDB-MS) foram – mais uma vez – distorcer o texto do projeto.

O bofe é sempre a bicha do outro

O tipo efeminado é abominado e o tipo macho é a procura do elo perdido para muitos gays, que procuram relacionamento amoroso ou apenas sexo
por Valmir Costa

Paira no imaginário social a imagem do macho. Muitas vezes como estereótipo de jeitos brutos, que senta arreganhado, que coça o saco em público sem pudor, que cospe longe, que fale grosso e por aí vai. O Dicionário Houaiss, entre outras definições, diz que o macho é tudo “relativo a ou o próprio sexo masculino, com características próprias do homem, como energia, força, virilidade; másculo”. Mais do que as definições do que é ser macho é saber como estes conceitos são construídos no social. São as relações de gênero, que envolve o tipo masculino e o feminino e suas construções sociais a partir do sexo biológico.

Muito embora o gênero homossexual seja mais livre de convenções quanto ao tipo masculino, é exigido que gays tenham conduta e papel masculinos. É comum gays procurarem tipos masculinos, seja ele efeminado ou não. Apresentam-se em anúncios de sites de relacionamento como “machos”, “homens de verdade”, “sarados”. Procuram pessoas com características iguais e rejeitam os efeminados.

Alguns gays não fazem tal seleção. É o caso do estudante universitário Rafael, 21, de São Paulo. Ele é incisivo. “Gosto de homem e ponto! Para ele, o homem tem que ser seguro de si e que um gay efeminado pode lhe atrair. “Eu gosto de comer efeminado”, diz sem titubeio. “Eles me atraem sempre, mas sempre neste sentido”, diz. Para ele, afetivamente rolaria um namoro, pois, quando se trata de afetividade, é idiota fazer tal distinção. “Não namorar é um pseudo-preconceito”, diz. Rafael já namorou um efeminado por três meses quando tinha 18 anos e o namorado 23. “Eu sou machão quando estou comendo alguém. Pelo menos gosto de pensar assim”, ri.

Ele também não se vê como efeminado. “Acho que um hétero diria que pareço um hétero sensível, ou seja, um viado que foge do estereótipo, mas continua viado”. É ai que entra a questão de ser sensível. O tipo machão rejeita este adjetivo. Ele parece ir muito além da relação atividade/passividade e também do tipo que cria dele próprio. É o caso do ator Alexandre Frota, que já foi capas de revistas gays, já beijou homem, transou com travesti e ainda cultiva o tipo pitboy de ser, ou seja, o machão. Tem que ser o macho rude?

Sexualmente e afetivamente, Rafael diz que os dois tipos lhe atraem. No entanto, confessa que, quando o outro é másculo, sua vontade é de ser o passivo, mas sem ser uma conta exata. “Se estou bem envolvido, provavelmente serei versátil total”, afiança. O jornalista S.C., 30 anos, do Recife, não tem um tipo de gay que ele prefira. “Depende do dia”, diz. Mas se tiver um tipo físico especifico, ele arrisca um. “Corpo legal ou magrinho, branquinho, cabelo preto, que fale muito, que tenha autoconfiança e seja inteligente e me faça rir. Pronto?”, diz SC. Como se vê, o jornalista extrapola o tipo físico ao da personalidade. Quanto ao tipo “macho” de ser, ele afirma que é um tipo construído e que faz despertar confiança, que se admira ou algo assim.

Ele é gay? Nem parece... – Nesta história do ser gay e ter jeito de macho, muitos fazem comentários do tipo “ele é gay, mas não parece”. Isso já ocorreu e ocorre com Rafael. “Mas cada vez menos”, sorri. Para ele, as pessoas parecem querer elogiar com tal comentário. “Mas não me sinto elogiado de fato”, conta. Por sua vez, quando o assunto é o gay que se diz macho, vangloriando-se em detrimento dos outros gays, S.C. é pragmático. “Conheço gente assim. Eu acho sem criatividade. É pura ilusão isso. Se bem que sexo é pura ilusão”, comenta e gargalha.

Para Rafael, o que importa é o comportamento do gay. O que não lhe agrada são os gays preconceituosos que se acham héteros e bicha escandalosa que ''causa''. “Em outras palavras, gente sem educação e deselegante me broxa sempre”, comenta. No entanto, Rafael pára para questionar. “Não sei por que os gays associam todo tipo de afeminado ao tipo escandaloso? Acho porque são boçais mesmo”. Este tipo da bicha “fechativa” também é uma construção social do meio gay.

O brasilianista James Green, no livro Além do Carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX, faz um extenso levantamento da vivência homossexual no Brasil e aponta alguns estereótipos da década de 60, construídos e aceitos por muitos gays. Quando se assumiam, eles incorporavam trejeitos femininos na sua concepção de gênero. Estes eram chamados de “bonecas”. Por outro lado, ele aponta alguns “homens verdadeiros” ou “bofes”, que mantinham relações sexuais com as “bonecas”, postura viril e eram casados ou tinham namoradas. No entanto, estes não se consideravam gays.

Green avalia que dentro desse mundo de bofes e bonecas, a idéia de duas bichas praticando sexo era tão repugnante para as bonecas quanto era intensa a aversão da maioria da população ao comportamento homossexual em geral. Quando dois homens reconheciam que ambos eram homossexuais e queriam ter relações sexuais com o outro, isso era incompreensível para muitas “bonecas”. Esse modelo era um consenso dentro e fora do grupo homossexual daquela época.

Fora do Meio – Do reprimido, também nasceu a cultura gay quando a indústria de consumo e do entretenimento descobriu este filão. Antes era o mundo do gueto, da subcultura. Quem freqüentava o gueto, vivia às escuras. Com essa abertura de lugares de freqüência gay como bares e boates, a década de 90 criou a expressão “fora do meio”, mais numa relação de afirmação do “não ser efeminado ou de ser “macho”.

Muitos gays, para se tornarem mais machos, abominam o meio gay. “O que me irrita é esse pensamento de que há algum problema em freqüentar o meio”, esbraveja Rafael. Ele diz que tem um amigo que rejeita quem freqüente lugar gay, mas vai. “Quem é gay saca que ele é, mas ele acha que não”, conta. De acordo com Rafael, seu amigo adora um “teenzinho”. “A idéia do teen que ele está azarando nunca ter pisado numa balada gay dá uma idéia de uma coisa meio imaculada, sabe?”, diz

É nesta bipolaridade dentro/fora, másculo/efeminado, perto/longe que se constitui o mundo gay. Vai depender do lado de proximidade/distância que um vê o outro. A bicha é o “Eu” ou o amigo próximo a “mim”. No sentido de proximidade afetiva e sexual, o bofe sempre vai ser o “outro”. Tudo depende do lugar em que cada um se coloca. Se um gay tem um namorado, tal namorado vai ocupar a posição do “bofe” tanto para o namorado como para seus amigos. Já este namorado pode ser a bicha no seu núcleo de amizade. Resumindo: O bofe é sempre a bicha do outro, ainda

Coisa de Mulherzinha? – Rafael conta que já foi chamado de “mulherzinha” na escola. “Mulherzinha era o menor dos xingamentos. Já apanhei na escola por ser gay”. Ele não sabe se tal agressão vinha do seu “jeito” de ser. “Acho que porque eu me isolava, era o primeiro da classe, nunca pegava menina nenhuma e nem demonstrava interesse em pegar. De certa forma, a minha postura era de quem se achava um palmo acima dos outros”, acha

Sobre esse suposto jeito de ser gay, Rafael concorda em um ponto. “Talvez alguma coisa no meu jeito me entregava”. Por outro lado, ele diz que na época da escola não tinha contato com isso que chamam de “mundo” ou “meio” gay. “Existe um jeito de ser gay, mas esse jeito de ser fica evidente mesmo quando o gay entra em contato com outros gays. Naquela época, não era o caso”.

Sobre o jeito viado de ser ele dispara. “Eu não sei bem que ''jeito'' é esse. Mas, com certeza, os meninos héteros da primeira série sacaram que eu era gay bem antes de mim”, gargalha. Para o psicólogo João Furtado, esta é uma construção social que permeia a infância que coloca os meninos em relação às meninas. É uma coisa da disputa. Geralmente, os meninos que na fase adulta, quando a sexualidade aflora, se orienta gay, na infância está mais próximo das meninas. “Isso causa certa inveja nos meninos, que procuram taxar tal pessoa de forma pejorativa. Chamar de gay é a primeira coisa”, observa.

Foi o que aconteceu com Rafael. Ele comenta que pode ser muito mais de um “jeito de ser” que vão além. “Eu só andava com as meninas porque me sentia mais à vontade com elas”, recorda. No entanto, ele diz não saber explicar o motivo. “Até porque hoje não tenho tantas amigas assim. Tenho mais amigos. Todos bibas”, sorri. De acordo com Furtado isso ocorre mais por uma questão de identificação e não de identidade. “Não que alguém na infância tenha a identidade feminina. Isso até pode acontecer, mas é a identificação com um grupo que não o oprime. Naquele grupo de meninas, o garoto gay se sente protegido”, esclarece o psicólogo.

Macho e músculo – Já o cientista brasileiro C. Commotion, 43, que mora na Austrália, é mais contundente quanto ao tipo de homem que gosta: dotado masculino. “Perdôo tudo se o pau for grande, menos sobrancelha tirada”, diz. Quanto a esse tipo de “macho” no meio gay ele diz que tudo passa pelos músculos. “Basicamente a macheza tem um erro associado que é o desenvolvimento de músculos. Macheza não é músculo e muito menos carão”. C. Commotion avalia o tipo “barbie” de ser. “Quanto mais bombado, mais macho e belo se sente”, dispara.

Isso já aconteceu com Rafael. Segundo ele, muitos caras diziam ter tipo macho. Mas eles eram tão machos quanto diziam ao vivo? “Geralmente só musculosos, mas com roupinhas de grife, perfume forte, CD da Cher no carro. Quase todos tinham alguma coisa no jeito que fazia meu ‘gaydar’ apitar horrores”, diz Rafael. Já C. Commotion coloca a masculinidade fora do estereótipo da beleza. “Acho a feiúra masculinizante”, conta. Quanto a esse tipo de busca de gays por um tipo “másculo”, ele é mais condescendente.

Segundo ele, o que muita gente busca é a ilusão de estar transando com um hétero. “Se não for ilusão, melhor ainda”, diz. Mas isso depende muito do terreno onde habita esse “macho”. É o que pensa C. Commotion. “Isso no campo do sexo, no campo afetivo tudo muda”, observa. Desde a teoria evolucionista de Darwin, que o homem vem se transformando. Porém, é o lado mais primitivo do homem que é valorizado. Algo contraditório. É fato! Inclusive entre os gays. C. Commotion é adepto ao lado primitivo do masculino, ainda que ele seja gay. “O mundo gay é a masculinidade levada ao extremo. 99,9% dos anúncios e perfis pedem por não afeminados”, observa.

É para casar? – Certos tipos gays de ser ou não revela uma dualidade no pensamento de alguns. O primeiro deles é o “sexual” e o outro o “afetivo”. O sonho do príncipe encantado faz parte do imaginário. No entanto, no meio gay, ele parece ter que vir com esse bônus track, ou seja, o de ser macho. A afetividade e o conceito do gay querer sempre o cara com jeito de macho é o fato de muitos estarem sozinhos, ou seria outra coisa? Para o psicólogo João Furtado existe muito este tipo de ilusão.

Não apenas num tipo másculo de ser, mas de ser bonito, ter vida financeira estável, entre outras coisas. “Os que não têm estes requisitos são desprezados ou usados como objeto de desejo na realização sexual”, comenta. Para o cientista C. Commotion, a questão da solidão de forma ampla, que inclui os héteros e diz que todo mundo está sozinho porque o sexo é importante. Por outro lado, ele aponta o sexo como mais valia entre os gays. “No mundo gay, além de superimportante, é fácil. Então não se quer abandonar o prazer em grande quantidade para dividir a vida com alguém”, afirma.

C. Commotion tem um relacionamento estável e aberto há 10 anos com o seu companheiro. Para ele, o próximo passo na evolução é sacar que dividir a vida com alguém não significa acabar com a alegria da diversidade física. “Chega de imitar os casais héteros”, apregoa. Ele explica que, claro, deve ser combinado entre as partes e que esta é uma das formas de ser feliz. “No meu caso, tenho uma relação estável e não me sinto disponível para nada que não sejam alegria e diversão física fora da relação”, diz.

Quanto aos perfis dos sites de relacionamento nos quais os gays se descrevem como machos e descartam os efeminados, muitos já levaram mona por bofe. “Saindo do virtual, todo mundo é macho e afeminado. O importante é ser interessante. Isso no esquema de procurar alguém no sentido mais afetivo”, diz C. Commotion. Se for para sexo casual, ele é prático. “Se o lance for mais genital, tem muitos lugares onde as pessoas se escolhem e se divertem só pelo corpo. É só ter noção. Não procurar romance numa orgia, por exemplo”, aconselha.

Meu pai é gay, reportagem da Isto é fala deste polêmico assunto

A revista Isto é desta semana levanta está grande polêmica, filhos de pais gays, algo cada vez mais comum.

A homofobia é causa da rejeição de muitos filhos. Temendo serem vítimas de preconceito e chacotas, eles optam pelo afastamento do pai ou da mãe homossexual. "A gente morava no interior. Todo mundo sabia que meu pai era gay. Os colegas zombavam da gente, nos humilhavam", conta a atriz paulista Gabriela (que pede para não revelar o sobrenome), 29 anos, grávida de seis meses. Ela tinha 18 quando o pai revelou que estava namorando um rapaz, e pediu apenas compreensão. "Foi um choque. Incomodou muito. Cheguei a me envolver com uma mulher só para afrontar meu pai", recorda a atriz, que levou cinco anos para voltar a ter um bom relacionamento com o pai. "Li muito. Isso me ajudou a entender melhor a situação toda. Amo meu pai e tenho muito orgulho dele."

Há uma grande distância entre saber e aceitar. A psicóloga paulista Vera Lúcia Moris, que coordena dois grupos de 30 pais gays, lembra que a adolescência é um período marcado por crises, inclusive com relação à sexualidade. "E o jovem pode ter problemas para aceitar, compreender ou lidar com a revelação da homossexualidade do pai", alerta. Mas é possível minimizar muito o impacto da revelação. O trauma é menor quando a criança cresce sabendo da orientação sexual do pai ou da mãe. Este é o caso da estudante paulistana Bruna Peixe dos Santos, 18 anos, que começou a tomar consciência, gradativamente, do homossexualismo da mãe a partir dos 4 anos. A frase "Filha, eu sou gay" foi sendo assimilada aos poucos e, hoje, Bruna assegura que não vê problema nenhum no fato de a mãe, Alexandra, ter mudado o nome para Alexandre Santos - o Xande que preside a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo. Mas a tranquilidade com que Bruna lida com o tema não reflete os aborrecimentos e decepções que já enfrentou. "Tive um namorado que terminou comigo quando lhe contei. E tive amigos e pais de amigos que se afastaram por causa do preconceito", conta ela. "Em compensação, tenho muitos outros amigos que dizem que queriam ter um pai como o meu", arremata Bruna, que chama Xande de "pãe".


(Fonte: www.terra.com.br/cenag)

Candidata do Espírito Santo vence o Miss Brasil Gay; Concurso termina em pancadaria

O concurso Miss Brasil Gay, que deveria abrilhantar a noite de sábado, 14 de novembro, em Juiz de Fora, terminou em briga. Segundo relato de jornalistas e participantes do evento, a Miss São Paulo, Taysa Shinayder, teria ficado descontente com o resultado do concurso, que deu o primeiro lugar para Ava Simões, representante do Espírito Santo. Ao final da premiação, quando a maioria do público já tinha deixado as arquibancadas, Shinayder teria puxado a peruca de Ava e partido para a agressão verbal.

Segundo o site Ego, a Miss São Paulo alegou que Ava estaria descumprindo as regras do concurso, que impedem de participar candidatas que tenham silicone ou que se submeteram à cirurgia de mudança de sexo. A confusão foi logo apartada pelos seguranças, mas teria recomeçado alguns minutos depois com chutes e socos entre pessoas que apoiavam as duas concorrentes .

Tanto a assessoria do Miss Brasil Gay como o coordenador do concurso no Espírito Santo garantem que Ava Simões estava totalmente dentro do regulamento. "A única intervenção cirúrgica que Ava fez foi no nariz, o que é permitido", disse ao G Online Sérgio Herzog, coordenador do concurso do Espírito Santo.

A confusão ainda deixou uma pessoa ferida. Segundo a assessora de imprensa do Miss Brasil Gay, Fernanda Fernandes, um técnico estava tentando acalmar os ânimos das concorrentes quando se feriu em um pedaço de vidro que estava no palco. Fernandes afirma que ele foi imediatamente encaminhado para o hospital e passa bem.

Herzog lamentou o ocorrido e declarou que algumas pessoas ainda incitaram a violência contra Ava. "Independente do resultado, devemos ter respeito pelas candidatas, afinal é um concurso que celebra a diversidade", disse.




(Fonte: G Online)

sábado, 14 de novembro de 2009

Revista "Tina" sugere personagem gay de Mauricio de Sousa

A 6ª edição da revista "Tina", da editora Panini, apresenta o primeiro personagem aparentemente gay das histórias de Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica.
Caio, que é apresentado como melhor amigo de Tina na história de capa, assume ser "comprometido", indicando outro rapaz, o que causa estranhamento para os outros personagens. No entanto, ele não tem trejeitos típicos de homossexuais.
A assessoria de Maurício de Sousa considera que é a primeira vez que o assunto é abordado nas histórias, cumprindo promessa do autor de discutir questões ligadas ao universo adolescente, "de forma tranquila e sem levantar bandeiras".
No entanto, para brindar a inclusão dele na história, há nela também um discurso de Tina contra preconceito em geral.
O assessor afirma que a história não pretendeu ser categórica no lançamento de um personagem gay. Ele levanta até a possibilidade de que ele seja bissexual, no entanto. Ele também assegura que a história e o personagem terá a devida continuidade e encaminhamento.
Tina, agora estudante de jornalismo, é uma personagem que foi criada nos anos de 1960, inicialmente com um visual hippie, e traços bem diferentes dos atuais.

(Fonte: Folha on Line)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Após aprovação senadores evangélicos criticam lei que criminaliza a homofobia

Por Marcelo Hailer
Como era de se esperar a aprovação do PLC 122, projeto que criminaliza a homofobia no Brasil, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado causou a ira dos senadores e pastores Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).
Malta e Crivella foram ontem à tribuna do Senado atacar, mais uma vez, o PLC 122/06. Dessa vez, ambos disseram que o processo como foi aprovado é "traiçoeiro". "Por quê? Porque isso criminaliza a pregação da Bíblia. Quer dizer, o art. 2 diz que se você disser que o homossexualismo (sic) é pecado você pode ser preso de 1 a 3 anos", afirmou o senador Marcelo Crivella.
Para Crivella criminalizar a homofobia será uma afronta aos sacerdotes. "Isso fere todo sacerdote, todo padre, todo pastor. Isso fere todo pai, todo cidadão, que queira ensinar ao filho que o homossexualismo é pecado. Não pode. Não pode mais porque passa a ser crime", indignou-se o pastor/senador.
No decorrer de sua fala, Crivella revelou que nada tem contra os homossexuais. "Para mim, isso (homossexualidade) é pecado, eu acredito na Bíblia. Desde os sete anos leio a Bíblia, amo a Bíblia, amo os ensinamentos de Cristo e tenho o direito de ensiná-los aos meus filhos", finalizou o senador evangélico pelo Estado do Rio de Janeiro.
Em seguida, foi a vez do, também indignado, senador religioso Magno Malta (PR-ES), que com a intenção de deturpar o real significado da lei, simplificou e disse que as pessoas que demitirem homossexuais serão presas.
"Essa lei diz que se você não alugar um imóvel a uma pessoa homossexual, você vai preso. Se você demiti-lo, você vai preso. Se você não admiti-lo, você vai preso. Ora, vamos criar uma ditadura, Sr. Presidente? Há uma casta especial na sociedade?", questionou.
Para Magno, se a lei for aprovada "as pessoas que professam a fé da família não serão respeitadas". "Agora, o que vamos fazer?", pergunta o senador, "levar esse debate à Comissão de Direitos Humanos. E aí alerto o Presidente [Paulo] Paim (PT-RS) faço parte dessa Comissão", ameaçou o parlamentar, equivocando-se. O atual presidente da comissão onde a partir de agora transita o projeto não é mais o senador Paim e sim Cristovam Buarque (PDT-DF).
No fim do seu discurso o senador Magno Malta comparou a homossexualidade com masoquismo. Novamente o parlamentar afirmou que caso a lei seja aprovada o sexo com os animais também será aprovado e comparou a homossexualidade com a necrofilia, o desejo por mortos.
Desde que foi aprovado e até o fechamento desta matéria, nenhum senador foi à tribuna falar em defesa do PLC 122 e da comunidade LGBT.
(Fonte: A Capa)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cidades brasileiras serão sede de torneio internacional de vôlei LGBT

Entre os próximos dias 19 e 22 de novembro, as cidades de São Paulo e Santo André serão sede da 2ª edição do Torneio Internacional de Voleibol Gay. A primeira edição do torneio ocorreu no ano passado em Santiago do Chile e contou com a presença de 8 equipes da América Latina. Na ocasião a equipe mexicana Unión conquistou a taça do campeonato - o Brasil não teve representantes.
Após a realização deste torneio, criou-se a FVGA - Federação de Voleibol Gay das Américas, uma entidade internacional que organiza a modalidade na América do Sul, Central, Caribe e do Norte. A edição deste ano conta com a participação de 16 equipes de países como México, Chile, Cuba, Canadá, Porto Rico, Colômbia, Peru, além de 10 times do Brasil.
Para a cerimônia de abertura, a organização do evento está preparando uma grande festa, com shows e performances de artistas da noite GLS, drag queens, transformistas e a apresentação das delegações que compõem o torneio.

Serviço:
Brazil Cup 2009 - 2º Torneio Internacional de Voleibol Gay
De 19 a 22/11, das 9h às 20h
Ginásio Clube de Regatas Tietê: Av. Santos Dumont, 853 - Ponte Pequena (Prox. Metrô Armênia) - Tel.: 3228-5244
Ginásio Esportivo Celso Daniel: Parque Prefeito Celso Daniel - Av. Dom Pedro Ii, 940. Bairro Jardim - Tel: 4436-9746
Entrada franca


(Fonte: A Capa)

Enquete sobre homofobia no site do Senado volta ao ar após suposta irregularidade

Na semana passada, a Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública (Sepop) do Senado lançou uma enquete onde perguntava: "Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?"
No resultado da enquete, o NÃO ganhava por uma maioria esmagadora. Na última sexta-feira (06/11), porém, a página saiu do ar e não era mais possível realizar a votação. Segundo a Agência Senado, a consulta foi retirada "devido a um padrão de votações interpretado pelos técnicos da Sepop como indício de burla à filosofia do sistema (um internauta, um voto)".
Ainda de acordo com a agência, "a segurança do sistema foi então reforçada para que a votação pudesse reiniciar". "Os técnicos não puderam ratificar a legitimidade dos votos registrados até a interrupção da consulta, para aprimoramento do sistema", explica nota da Agência Senado.
Antes de sair do ar, a enquete já havia registrado mais de 500 mil votos. A votação segue no site do Senado até o dia 30 de novembro. Para votar, clique
aqui.
(Fonte: A Capa)

Aprovado texto sobre atendimento médico a trans

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo aprovou nesta semana uma resolução que normatiza o atendimento médico a travestis, transexuais e transgêneros. De acordo com o texto, o respeito ao ser humano e a integralidade da atenção serão as bases das ações adotadas por equipes de saúde quando atendendo pessoas trans.

Uma das recomendações diz respeito ao nome social dos pacientes. Durante o atendimento, o(a) paciente tem o direito de usar o nome pelo qual prefere ser chamado. A resolução destaca ainda o atendimento psicossocial, psiquiátrico, endocrinológico e intervenções cirúrgicas.

O texto entrou em vigor nesta quarta, 11.
(Fonte: Mix Brasil)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Seis amigos, seis blogueiros e 30 ideias para ajudar a causa LGBT do seu jeito

por Valmir Costa

O advogado e blogueiro Thiago Magalhães


Sim, tem gay que só sabe falar mal e reclamar de certas atitudes da chamada “Cultura Gay”. No entanto, pouco ou nada faz para mudar esse cenário. Muitas vezes, esse tipo de postura do próprio meio LGBT é a reprodução velada de discriminação de um mundo homofóbico.
Pensando nisso, o advogado e blogueiro Thiago Magalhães, 31, reuniu um grupo de amigos, também blogueiros, para elaborar o manual 30 Ideias para Ajudar a Causa LGBT do seu Jeito. Além de Thiago, o grupo é composto por Gustavo Miranda, Isadora, Cristiano Lins, Daniel e BHY.
Segundo o grupo, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais sonham com uma sociedade mais justa e inclusiva, em que preconceito e homofobia sejam coisas do passado e direitos básicos estejam ao alcance de todos.
No entanto, muitos culpam “os outros” pelos problemas, sem enxergar que também fazem parte das soluções. O blog 30 Ideias para Ajudar a Causa LGBT do seu Jeito considera a individualidade do LGBT. Logo, coloca a responsabilidade de cada um para ajudar a mudar essa cena. Assim, as coisas não ficam tão pasteurizadas com um senso-comum diante das questões que permeiam a aquisição dos direitos homossexuais.
As 30 ideias são divididas em cinco tópicos: “Assuma-se: autoestima, orgulho, aceitação”; “Defenda-se: consumo, preconceito, justiça”; “Oriente-se: informação e política”; “Engaje-se: participação social e voluntariado” e “Cuide-se: sexo, drogas e outras travessuras”. Na parte “Assuma-se”, por exemplo, o blog diz que “a sua orientação sexual não vale menos do que as demais, nem é motivo de vergonha”.
Atitude – Mostra também o fato da pessoa assumir publicamente a sexualidade, ou não. “Sair do armário pode ter um custo na vida pessoal que deve ser avaliado. Mas também pode trazer benefícios.” Entre outros assuntos, dá dicas de como agir no sentido homoafetivo em lugares públicos: “Não tenha medo de andar de mãos dadas, beijar e fazer as mesmas carícias que outros casais podem trocar em locais públicos”. Outras atitudes para mudança de pensamento também dizem respeito às piadas com gays. No entanto, tudo sem radicalismos, como a vida deveria ser para se tornar melhor.
É igualmente sem puritanismo quando trata da parte do uso de drogas e sexo. “Sexo seguro é uma opção pessoal, cuja responsabilidade é de cada um”, diz. Na pergunta “Foi flagrado fazendo pegação em um parque, banheiro ou qualquer outro lugar público?”, o que poderia ter uma dica moralizante, não é. Trata-se apenas de informar que se trata de um delito, mas que, apesar disso, quem o cometer tem seus direitos, que devem ser respeitados de acordo com a lei.
Trinta ideias parece ser muito, mas se cada um adotar apenas uma delas, já é o primeiro passo para mudanças significativas. Como diz o próprio grupo, não precisa seguir ou concordar com todas elas. “A ideia é que cada um absorva aquilo que estiver mais próximo de sua realidade.

Clique aqui e veja as
30 Ideias para Ajudar a Causa LGBT do seu Jeito

(Fonte: www.mundomais.com.br)

Projeto que pune homofobia é tema de nova enquete

Os leitores da Agência Senado estão convidados a opinar sobre o projeto de lei da Câmara 122/06, que considera crime a discriminação por orientação sexual.Pelo texto da relatora Fátima Cleide (PT-RO), a incitação ao preconceito; o impedimento de acesso ao mercado de trabalho; a restrição manifestações de afeto em locais públicos; a recusa de hospedagem; ou a demissão motivada por homofobia podem ser punidas com penas que vão de um a cinco anos de reclusão.

O projeto é polêmico e tramita no Senado desde o final de 2006, quando foi aprovado na Câmara. Uma dos argumentos levantados por seus opositores é que ele fere o direito à liberdade religiosa e o direito à opinião.

A enquete ficará no ar durante todo o mês de novembro, e pra votal é só clicar
aqui.

(Fonte: Redação / Agência Senado)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Rio vence eleição de melhor destino gay do mundo

Por Welton Trindade
O Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Gay do Mundo. A votação foi promovida pelo canal Logo, da MTV americana, por meio do site TripOutGayTravel.com. Concorriam nesta categoria Buenos Aires, Londres, Sydney, Barcelona e Montreal.

A notícia ocorreu ao meio à divulgação de dados importantes. Pesquisa apoiada pela Fundação Cesgranrio mostrou que 25% dos turistas internacionais da cidade são gays e que eles gastam cerca de 140 dólares diariamente, o dobro da média dos outros turistas. Os homossexuais são responsáveis por quase metade do que o turismo da cidade lucra com estrangeiros. A prefeitura disse que vai investir muito para atrair esse segmento.

(Fonte:http://paroutudo.com/noticias)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Os Idosos Gays

Por Márcio Retamero*

Um cartaz, entre milhares, me chamou muita atenção na última Parada do Orgulho Gay em São Paulo. O cartaz dizia: "Gays Idosos também são (muito) gostosos!" Ricardo Rocha Aguieiras era o portador do cartaz. O portal G1, no dia seguinte a manifestação, noticiou. Ricardo declarou à jornalista Juliana Cardilli: "Eles sofrem duplo preconceito, por serem idosos e por serem gays. Uma das coisas mais cruéis é lutar a vida toda para se libertar e ter que voltar para o armário quando envelhece, por não ter como se manter e também pelo preconceito". Alguém duvida que Aguieiras tenha razão? Há cinco anos Aguieiras vai à Parada LGBT de São Paulo levando seu protesto. De lá pra cá será que alguém notou e tomou alguma atitude para com esta esquecida "fatia" do público LGBT?

Um dia eu assisti pela TV um conhecido deputado estadual do Rio de Janeiro e que também é pastor, declarar em seu programa: "Homossexuais não são felizes. Querem a juventude para sempre. Vejam se eles cuidam das "tias", e acrescentou, "os gays idosos são esquecidos pelos outros do seu grupo". Raramente eu concordo com um pastor fundamentalista, no entanto, neste dia, entristecido, tive que concordar com metade de sua fala, a que diz que os gays idosos são esquecidos pelos outros. Tenho lidado com isso; tenho visto isso dia a dia e tenho me preocupado com esta questão.

Faz parte do meu trabalho visitar hospitais e asilos e também faz parte do meu trabalho, como pastor de uma comunidade, enxergar meus paroquianos e cuidar deles. Dia desses, fui procurado por um homem no telefone, que me contou ter 73 anos de idade. Conversamos bastante e ele me contou, aos prantos, que em breve terá que ir para um asilo, pois a família há muito não tinha mais laços com ele. Contou que, embora tenha 11 sobrinhos e 4 irmãos vivos, vive completamente só. Os amigos que não faleceram, alguns já estão no asilo, outros, são reféns da família homofóbica. Pedi para que ele fosse à igreja num dos cultos e ele me disse que tem medo de ser rejeitado por ser "velho". Passaram dois fins de semana que com ele falei e até agora, não apareceu mesmo, nem telefonou mais. Será que ele já se internou no asilo?

O que o Ricardo Aguieiras declarou é difícil de engolir porque é a verdade: é muito cruel que homens e mulheres que um dia lutaram para se assumirem, que tiveram amigos e relacionamentos afetivos, muitos são viúvos e viúvas, terem que voltar para o armário quando chegam a uma determinada idade. Sim, é cruel demais!

Parece que gays idosos são invisíveis não é verdade? Mas eles existem e a maioria sofre com sua condição. Muitos tomam coragem e até vão a determinados lugares gays, mas eu já vi muitos gays, ao perceberem a presença de um idoso no recinto, fazerem chacota, pois esquecem que um dia, serão idosos também, pois a roda viva da vida sempre gira!

Eu sei que em lugares como Rio de Janeiro e São Paulo, existem determinados ambientes "especializados" em gays idosos, mas o Brasil não se resume ao eixo RJ - SP. Li no "A Capa", que até um documentário sobre a sociabilidade dos gays da "terceira idade" está sendo produzido. Contudo, estou certo que é uma minoria que freqüenta tais lugares, pois a parca aposentadoria, muitas vezes, é gasta nos primeiros dias de pagamento com as contas, que são muitas e salgadas. É fato que Aguieiras tem razão!

Até em nossas igrejas inclusivas eles são muito poucos! Digo "até" porque muitos pensam que é isso mesmo que resta para um idoso: ler a bíblia, freqüentar uma igreja e rezar. Mas isso também é uma mentira, pois se fosse verdade, nossas igrejas estariam abarrotadas deles e não estão! Sabe onde os tenho encontrado? Nos hospitais, nos asilos; os que têm acesso a internet me escrevem contando de sua solidão e dor; alguns telefonam como o senhor que contei. Tais idosos, quando estão em tais lugares, fazem de tudo para esconderem sua identidade, pois temem o duplo preconceito, uma vez que, pelo menos um deles, eles já sentem diariamente. Não é fácil descobri-los e, quando conseguimos, a conversa é travada ao pé do ouvido, com muito cuidado para que ninguém ouça o que estamos falando.

Pense! Se já é problemático ser idoso neste país, imagine ser um gay idoso! Não me lembro exatamente onde assisti uma matéria sobre as pioneiras travestis cariocas. Lembro-me sempre de duas mostradas: uma que vive com a mãe, no subúrbio carioca e que está em torno dos 60 e poucos anos e outra, cabeleireira, dona de um salão de beleza em Copacabana. A primeira disse ter muita saudade dos seus dias de glória: viajou pela Europa, estrelou muitos shows, muito glamour, enfim. A segunda mostrou fotos do seu tempo de juventude nas ruas de Copacabana; hoje, além de trabalhar muito no seu salão, passa os dias na paróquia do bairro: "sou carismática" (ela estava se referindo à renovação carismática católica), "vivo na igreja". Elas são felizes, elas mesmas declararam, mas são exceções.

No meu diálogo com o movimento homossexual brasileiro, raras vezes ouvi dos líderes alguma palavra sobre os gays idosos. Posso contar nos dedos de uma mão. Não estou aqui para fazer crítica negativa à militância somente, mas preciso dizer algo que está engasgado faz tempo: a militância também se esquece dos gays idosos! Nas propostas que o movimento faz ao poder público, sempre de muita importância, reconheço, não vejo os gays idosos contemplados, embora muitos dos líderes visivelmente já passaram dos 50 anos de idade. Por que esse esquecimento com os que são mais velhos? Por que não contemplá-los também em nossas propostas? Por que não existe uma real preocupação, que se mostra em atitudes efetivas para com a esquecida e invisível população LGBT idosa?

Nas Paradas do Orgulho, contamos nos dedos a presença dos homossexuais idosos. Ricardo "salva a pátria" quando aparece com seu cartaz de protesto em São Paulo. Aqui no Rio de Janeiro ainda não vi nada parecido e não preciso ser vidente nem profeta para saber que acontece o mesmo em outras cidades brasileiras. Já pararam para pensar por que eles não comparecem?

Gays idosos existem e estão vivos! Eles também têm sexualidade, também têm desejos e também sofrem, como todo ser humano, com a solidão e o esquecimento. Viver invisível até para seus pares é cruel demais! Voltar pro armário depois de uma vida fora dele é outra crueldade sem tamanho! Precisamos, urgentemente, não apenas notá-los, enxergá-los, mas fazer algo por eles. Precisamos de políticas públicas que os contemplem e de uma militância que exija isso do poder público. Precisamos, como homossexuais cristãos, amá-los e ir ao encontro deles, cheios de fraternidade no coração, afetos nas mãos e atitudes que façam a diferença. Não podemos nos calar e fazer de conta que eles não existem e que nada temos a ver com isso. Solidariedade e não "pena"; amizade e não "tapinhas nas costas"; afeto real e não superficial; verdadeiro envolvimento com essa causa, não apenas uma declaração de intenções ainda que boas intenções!

Você que é jovem e que talvez esteja lendo desinteressadamente este artigo, lembre-se que "tudo é vaidade" e que a roda viva da vida gira para todos; girará para você também! É preciso que plantemos boas sementes se queremos boas colheitas. Envolva-se nisto!


(Fonte: site http://www.acapa.com.br/)

* Márcio Retamero, 35 anos, é teólogo e historiador, mestre em História Moderna pela UFF/Niterói, RJ. É pastor da Comunidade Betel do Rio de Janeiro - uma Igreja Protestante Reformada e Inclusiva -, desde o ano de 2006. É, também, militante pela inclusão LGBT na Igreja Cristã e pelos Direitos Humanos. Conferencista sobre Teologia, Reforma Protestante, Inquisição, Igreja Inclusiva e Homofobia Cristã. Seu e-mail é: revretamero@betelrj.com

"É mais grave matar um gay do que um pai de família?", questiona parlamentar italiano

A comunidade gay italiana está perplexa. Isso porque na quarta-feira (14/10), o Parlamento Italiano decidiu derrubar lei que criminalizaria a homofobia. Os partidos conservadores que se articularam para derrubar a lei anti-homofobia disseram que já existem penalizações para o "incesto, zoofilia, pedofilia e sadismo". Segundo o coletivo LGBT Arcigay, ao argumentarem dessa maneira, os conservadores igualam os homossexuais as categorias citadas.

Para os ativistas, os parlamentares conservadores seguem as diretrizes do Vaticano: a estigmatização dos gay. Segundo membros do coletivo, hoje há uma caça as bruxas aos imigrantes e homossexuais que são promovidas pelas instituições italianas. Denunciaram também que há uma crescente perseguição por parte de neonazistas contra gays.

O parlamentar conservador Renato Farina escreveu um artigo no jornal "Il Giornale", que tem como proprietário o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, para justificar o seu voto contra a criminalização da homofobia: "Para mim, matar uma pessoa é o pior delito que existe contra Deus. Mas, à luz do sentido comum, enquanto dano social, pergunto: Estamos seguros que é mais grave matar um homossexual do que um pai de família?", questiona o parlamentar homofóbico.

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navy Pillay, classificou tal situação como um "passo para trás" para os direitos LGBT. A Anistia Internacional expressaram a condenação com temor.

A deputada católica Paola Binetti, do Partido Democrático - autor da lei que propunha a criminalização da homofobia -, votou contra a lei. Em uma entrevista ao jornal "Corriere Della Sera" disse que o seu partido a conhecia quando a deixaram entrar e completou dizendo que teve a mesma postura de quando revelou ao partido que usa cilício e finalizou perguntando: "Afinal, o que pensavam? Que eu sou uma Zapatera? (em referencia ao primeiro ministro espanhol favorável aos direitos LGBT). Acredito que não?".

O secretário geral do Partido Democrático, Dario Franceschini, pediu a expulsão da parlamentar do partido.


(Fonte: www.acapa.com.br)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Preconceito: começa na escola…

Nas escolas públicas brasileiras, 87% da comunidade – sejam alunos, pais, professores ou servidores – tem algum grau de preconceito contra homossexuais. O dado faz parte de pesquisa divulgada recentemente pela FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e revela um problema que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia.
O levantamento foi realizado com base em entrevistas feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo o país.

“A violência dura, relacionada a armas, gangues e brigas, é visível. Já o preconceito a escola tem muita dificuldade de perceber porque não existe diálogo. Isso é empurrado para debaixo do tapete, o que impera é a lei é a do silêncio”, destaca a socióloga e especialista em educação e violência, Miriam Abromovay.

Um estudo coordenado por ela e divulgado este ano indica que nas escolas públicas do Distrito Federal 44% dos estudantes do sexo masculino afirmaram não gostariam de estudar com homossexuais. Entre as meninas, o índice é de 14%. A socióloga acredita que o problema não ocorre apenas no DF, mas se repete em todo o país.

“Isso significa que existe uma forma única de se enxergar a sexualidade e ela é heterossexual. Um outro tipo de comportamento não é admitido na sociedade e consequentemente não é aceito no ambiente escolar. Mas a escola deveria ser um lugar de diversidade, ela teria que combater em vez de aceitar e reproduzir”, defende.

A coordenadora-geral de Direitos Humanos do MEC (Ministério da Educação), Rosiléa Wille, também avalia que a escola não sabe lidar com as diferenças. “Você tem que estar dentro de um padrão de normalidade e, quando o aluno foge disso, não é bem compreendido naquele espaço.”

Desde 2005 o MEC vem implementando várias ações contra esse tipo de preconceito, dentro do programa Brasil sem Homofobia. As principais estratégias são produzir material didático específico e formar professores para trabalhar com a temática.

“Muitos profissionais de educação ainda acham que a homossexualidade é uma doença que precisa ser tratada e encaminham o aluno para um psicólogo. Por isso nós temos pressionado os governos nas esferas federal, estadual e municipal para que criem ações de combate ao preconceito”, explica o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis.

As piadas preconceituosas, os cochichos nos corredores, as exclusões em atividades escolares e até mesmo as agressões físicas contra alunos homossexuais têm impacto direto na autoestima e no rendimento escolar desses jovens. Em casos extremos, os estudantes preferem interromper os estudos.

“Esse aluno desenvolve um ódio pela escola. Para quem sofre violência, independentemente do tipo, aquele espaço vira um inferno. Imagina ir todo dia a um lugar onde você vai ser violentado, xingado. Quem é violentado não aprende”, alerta o educador Beto de Jesus, representante na América Latina da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo).

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que, para combater a homofobia, a escola precisa encarar o desafio em parceria com o Poder Público. “A escola precisa sair da lei do silêncio. Todos os municípios e estados precisam destampar a panela de pressão, fazer um diagnóstico para poder elaborar suas políticas públicas”, recomenda Miriam Abromovay.

Para Rosiléa Wille, o enfrentamento do preconceito não depende apenas da escola, mas deve ser um esforço de toda a sociedade. “A gente está tendo a coragem de se olhar e ver onde estão as nossas fragilidades, perceber que a forma como se tem agido na escola reforça a rejeição ao outro. Temos uma responsabilidade e um compromisso porque estamos formando nossas crianças e adolescentes. Mas o Legislativo, o Judiciário, a mídia, todas as instâncias da sociedade deveriam se olhar também.”
(Fonte: MIX Brasil)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Estigmas

Há vários fatores que fazem com que algumas pessoas percebam, de cara, que um gay é um gay (embora muitos passem despercebidos): a roupa, a maneira de se expressar, o círculo de amizades. Questionáveis ou não, pode-se dizer que alguns deles causam certa ira. Como não visto rosa, não falo miando nem ando com travestis, muitos acabam deduzindo que sou gay porque... sou educado! (Não seria mais fácil deduzir que sou gay porque... gosto de homens, ainda que nem Freud explique?!) Sofro com este estigma desde pequeno. Ainda naquela época - mesmo sem entender que era gay - cheguei a cogitar em tratar todos de maneira rude. Mas como sou educado (ou gay), acabei desistindo. Até imaginei algumas mães ensinando os filhos a serem héteros: "Isso! Suja, quebra tudo, bate. Educação é coisa de viado!" Depois, ficou a dúvida: se minha mãe tivesse feito isso eu seria hétero? Ou seria uma bicha drogada, prostituída e, pior, sem educação? O fato veio à tona de novo recentemente depois que uma garota perguntou a uma amiga durante sua festa de formatura se eu era gay, "porque era muito educado". Para esclarecer - este e outros estigmas - de uma vez por todas, preparei uma lista básica:

Nem todo gay... é educado (eu furo fila, como de boca cheia, falo palavrões e peido de vez em quando); veste rosa (eu prefiro Lilás com bolinhas pretas); tem Aids (alguns têm gonorréia, sífilis, HPV e outras DSTs); quer ser Madonna (eu seria Cindy Lauper, Cher, Kelly Key; Já Michael Jackson, o Peter Pan); gosta de Dako (prefiro a Brastemp, é uma marca mais ativa); fala fino (meu problema está na corda vocal); foi criado pela avó (eu fui pela tia, mãe, primas, vizinhas e irmã); quer estudar moda (meu sonho é abrir um salão!); é melhor amigo de uma mulher (Marinão, Terezão e Robertynho que o digam); odeia futebol (adoro ver homem suado e correndo pra meter a bola no gol); só quer saber de cultivar músculos (eu cultivo orquídeas e margaridas na minha jardineira); é pervertido ou drogado (qual o problemas de trepar com 15 num fim de semana usando Poppers? Eu, hein, vai liberar esse hormônio! O seu já tá virando coalhada...)

Espero ter dado uma singela contribuição. Pelo o que me consta, tem muito homem por aí que também é educado, sai com travesti e nem por isso é gay. Ronaldinho que o diga.

Abaixo os estigmas!


(Texto retirado do blog www.barroquinho.acapa.com.br)

"Questionário hétero"

18 perguntas, publicadas no livro Changing Men (1982) por M. Rochlin, que todos nós gostariamos de fazer pro povo preceonceituoso:

. O que você acha que causou a sua heterossexualidade?

. Quando e como decidiu que seria hétero?

. É possível que sua heterossexualidade seja somente uma fase?

. É possível que sua heterossexualidade seja causada por um medo neurótico de outros do mesmo sexo?

. Se nunca dormiu com alguém do mesmo sexo, é possível que tudo o que você precise é de um bom amante gay?

. Os seus pais sabem que você é hétero?

. Por que insiste em ostentar sua heterossexualidade? Não pode simplesmente ser quem é e se manter quieto?

. Por que héteros dão tanta ênfase ao sexo?

. Por que os héteros se sentem obrigados a seduzir os outros a adotarem seu estilo de vida?

. Uma maioria desproporcional de molestadores de crianças é de héteros. Você acha seguro expor as crianças a professores héteros?

. O que homens e mulheres fazem na cama juntos? Como eles de fato sabem agradar um ao outro sendo tão anatomicamente diferentes?

. Com todo apoio que o casamento tem da sociedade, os indices de divórcio estão aumentando. Por que há tão poucas relações estáveis entre héteros?

. As estatísticas mostram que as lésbicas têm o menor índice de doenças sexualmente transmissíveis. É realmente seguro uma mulher manter o estilo de vida heterossexual e correr o risco de pegar doenças e engravidar?

. Como pode se tornar uma pessoa completa se você se limita a uma heterossexualidade compulsiva e exclusiva?

. Considerando a ameaça de uma superpopulação, como a raça humana poderia sobreviver se todos fossem héteros?

. Você acha que um terapeuta hétero é objetivo? Você não acha que ele estaria tendendo a influenciar você para o lado dele?

. Parece que há poucos héteros felizes. Foram descobertas técnicas que possam fazer você mudar se realmente quiser. Já pensou em fazer uma terapia de reversão?

. Você gostaria que seu filho fosse hétero, mesmo sabendo dos problemas que ele enfrentaria?

Manual para sair do armário (se é que isso existe)

Existe regra sobre como viver a própria orientação sexual e identidade de gênero? A resposta bem clara é não. Regra no sentido algo que deve ser obedecido não deve prevalecer aí.
Entretanto, em nome da nossa liberdade e do nosso equilíbrio psicológico e social, devemos pensar muito sobre isso. Se não vejamos: um/a heterossexual, na grande maioria das vezes, quando tem um relacionamento, apresenta sua companhia para os amigos e colegas de trabalho, fala sobre coisas interessantes que ambos viveram. Quando casado, até exibe esse status por meio de uma aliança, convida dezenas, centenas de pessoas para festejar esse momento. Nas mesas de trabalho, há fotos do casal, dos filhos etc.
Tendo em vista esse comportamento, seria razoável considerar "normal" que homossexuais, bissexuais ou transgêneros simplesmente vivam o contrário disso? Chamarmos eternamente o companheiro que amamos de "melhor amigo"? Recebermos, depois de uma grande viagem, quem tanto amamos com um simples abraço no aeroporto/rodoviária? Chamar a companheira de "uma pessoa aí" como forma de esconder o sexo dela?
Não usufruir de um direito dado a casais do mesmo sexo na empresa, por exemplo, para não "mostrar que se é homossexual ou bissexual"? Viver uma vida de mentira, omissões e receios? Alguns/mas podem dizer: "Ah, sou, mas não quero levantar bandeira"! Ué, quem disse que um heterossexual levanta a bandeira da heterossexualidade quando ele te convida para o casamento dele por exemplo? Ele só não tem vergonha de falar quem ele é. Só isso.
O Dia de Sair do Armário, 11 de outubro, que passa a ser comemorado no Brasil a partir de 2009 por iniciativa do Estruturação - Grupo LGBT de Brasília, quer justamente suscitar essa reflexão. Até que ponto aceitar ter uma vida cheia de máscaras? Qual o limite de ficar "agradando" ou "não decepcionando" pessoas imaginando que elas nos amam de verdade sendo que, de forma real, elas só lidam com um "personagem" que interpretamos por não nos assumirmos? Vale realmente a pena sacrificar a própria felicidade em nome da alegria da mãe, do pai, da vizinha, do padeiro, do chefe, da "melhor" amiga, do ex-professor etc, etc? Você pensa na felicidade dos outros, mas quem pensa na sua?

Por tudo o que foi exposto, vejam as indicações a seguir não como normas, mas sim como considerações sobre formas de se assumir homossexual, bissexual, travestis, transexual ou transgênero. Tudo isso em nome da única regra que realmente deve ser seguida: sermos felizes como realmente desejamos e temos direito de ser.

: : Será que sou?


Está sentindo atração por alguém do mesmo sexo? Tente analisar melhor essa sensação. Leia sobre o assunto, veja alguém aberto para conversar sobre isso com você. Sente-se melhor se comportando socialmente como o sexo oposto? A indicação é a mesma. Sim, você pode ser travesti, transexual ou transgênero. Ou não. Em ambos casos, não antecipe questões. Antes de você se ver frente à dúvida sobre o que vai fazer se você for LGBT, é necessário responder para si mesmo/a se você é ou não homossexual, bissexual, travesti, transexual ou transgênero.

Independente de quando você comece a sentir essa atração, permita-se conhecer o que sente, como seu corpo, sua mente reagem. E aí, uma verdade: pode ser algo passageiro ou não. De novo, por mais difícil que seja, viva as coisas passo a passo. E o primeiro deles tem de ser o diálogo mais fundamental de todos: você com você mesmo/a. E se puder contar com o apoio de alguém que lhe dê confiança, nossa, melhor ainda. Há grupos de ativismo arco-íris também, eles podem te ajudar. Informe-se sobre os da sua cidade.

Ah, sim, na adolescência, as questões que envolvem identidade, desejo e amor são ainda mais inquietantes. E saiba que isso é normal. É a fase mesmo para descobertas tanto do mundo quanto de si mesmo/a. E o "privilégio" de ter de lidar com tantas perguntas não é só seu. Não mesmo. Seja hétero, LGBT ou "em dúvida", cada um/a passa pela necessidade de se achar no mundo. Encare esse período de forma natural.



: : Acho que sou. E agora?



Quer seja você hétero, homo, bissexual ou travesti, transexual ou transgênero tenha consciência plena que você não é uma aberração, alguém doente, errado, que deva ser "consertado/a" ou 'curada/o". Ser LGBT é tão normal quanto ser heterossexual. Sua sensação pode ser colocada como a de um negro em meio a uma sociedade que coloca como bom ou certo apenas o que é de outras etnias. Não é você que está errado/a por ser como você é, os outros é que devem deixar de ver a diversidade como algo errado. O mesmo vale para as mulheres em um ambiente que valoriza apenas o masculino. Quem está errado são os homofóbicos, os racistas e os machistas, não nós. Vai ser normal surgir o desejo de se ser como "os outros", ser igual.

Agora o ponto: no mundo há tantas etnias, tantas culturas, tantas formas de ver o mundo, tantos jeitos de encarar a vida, tantas religiões.. E há gente baixa, alta, gorda, magra, punk, mano, patricinha, "paz e amor"... A lição está aí, basta a assimilarmos: o ser humano é diverso. E quem tentou ou tenta deixar as coisas iguais só merece sentir vergonha por lutar contra algo que nos faz essencialmente humanos. Ser LGBT é apenas mais uma característica de cada um/a.

Continuaremos a ser pessoas com sonhos, com defeitos, com momentos de tristeza e de alegria, com peculiaridades e tudo mais. O segredo é você ter firme dentro de si mesmo/a: "Seja qual for a resposta que eu encontre sobre minha sexualidade e minha identidade, não é ser como a maioria ou não que me fará ser mais errado/a ou menos certo/a do que os outros. Sou eu e ponto. Se diferente ou igual tanto faz. Nos dois casos, mereço ser feliz e respeitado/a pelo o que sou".



: : Qual o momento certo para sair do armário?



Nem comece a pensar que o momento "certo" de se assumir tem a ver com a idade. O tempo que deve ser levando em conta é quando você se sentir bem, primeiramente, com você mesma/o. Esse é o "relógio" que deve ser consultado. Imagine ir para uma prova sem ter estudado, você terá condições mínimas para dar conta do recado! Isso vale para a saída do armário.

A primeira coisa que deve estar em sintonia, estar bem é sua cabeça, seus pensamentos. Mas não precisa esperar esse ponto para pedir ajuda a alguém caso precise. Tente ver um/a grande amigo/a (mas de verdade mesmo), um/a professor/a, um parente com o qual você tenha um diálogo bom, um grupo de ativismo arco-íris, um psicólogo... Vai ser ótimo para você ter alguém para conversar, desabafar. Com você fortalecida/o, aí você pode dar o próximo passo: contar para mais alguém, e daí, o outro passo. O caminho acaba se formando.

Claro, claro, ninguém aqui está vendendo a idéia de que será fácil. Nem usamos essa palavra aqui até agora. A razão disso é porque a reação das pessoas pode ser imprevisível. A campanha Dia de Sair do Armário 2009 colheu depoimentos de LGBTs conhecidos sobre o outing deles (leia aqui).

Há gente que ganhou do pai viagem com o namorado, há pessoas que não tiveram a vida em nada mudada e outros que passaram por momentos horríveis. Agora, veja bem a resposta dessas pessoas para a pergunta sobre se é melhor viver dentro ou fora do armário! E fácil.. O que é fácil na vida? Passar no vestibular? Enfrentar o mercado de trabalho? Começar ou terminar uma relação? Fazer o salário durar até o final do mês? É, se fóssemos escolher apenas o que é fácil, é bem certo que não viveríamos.



: : Meus pais... Eles vão me matar! Ou me odiar! Ou me deserdar! Ou tudo isso junto!



Muitas pessoas dão grande valor à família. E se ver como alguém que vai "destruir" os sonhos que pais, sem nos perguntar nada, tiveram para nós ou que vai ser em carne e osso algo que é contra a religião deles, por exemplo, não é a melhor das sensações. Pode ser devastador.

Voltemos ao ponto que tanto já falamos: o principal de tudo é você se sentir bem com você mesmo. Seja você hétero, gay, lésbica, bi, travesti, transexual ou transgênero. Se você já conseguir ver que sua orientação sexual ou sua identidade de gênero, independente de qual seja ela, só é uma das várias possiblidades de se ser, sem isso significar uma doença ou erro, aí já se terá grande parte do que você precisa para ser feliz. O restante é conseqüência.

Quanto aos pais, familiares ou outras pessoas as quais você quer bem... Que tal ir os testando? Veja a reação deles quando vêem LGBT na TV, por exemplo. Se falarem mal, já comece a educá-los: "Ah, pai, deixa o povo em paz. Cada um é cada um". Viu? Você deu seu recado e não se comprometeu! Ou: "Ah, eu tenho uma amiga lésbica e ela é mó gente boa". Mais um ponto para você. Dessa forma, quem fez o comentário negativo, vai ter de engolir que o discurso contra LGBTs já não é tão aceito assim. Que vivemos em uma época em que respeitar a diversidade tem cada dia mais adeptos e defensores. Se deixarmos os comentários homofóbicos sem resposta, eles vão ganhando força e mais força. E o dia em que você for se assumir... Aí, você poderá colher o que de ruim aquelas idéias possuem.

Longe de isso ser uma receita infalível. É só uma dica para que quem não aceita LGBTs vá descontruindo o preconceito aos poucos. Porque é isso: um "pré-conceito" é uma avaliação que se tem de algo sem realmente conhecer sobre o que se fala. Para contrapor isso, é educação, é mostrar as coisas. Quando as pessoas vêem que somos como elas, que pegamos ônibus, que temos duas pernas, dois braços e adoramos dormir até tarde e lamber embalagem de chocolate derretido, como todo mundo, bom, aí estará vencida a primeira fase para que a homofobia se desfaça.



: : Iupiiii, vou me assumir agora. Assim que terminar de ler esse texto!



Ei, calma lá com o andor porque, no caso, a drag queen tá sem adesivo na peruca e figurino pode despencar. Também não precisa ser assim! Quer dizer, pode ser assim, mas, antes de sair do armário, pense no que de bom pode acontecer, claro, mas também veja se você dará conta do que de ruim pode vir. Sua família pode te expulsar de casa, você pode ser despedido/a do trabalho... Antes de mais nada, saiba de seus direitos para enfrentar isso. Os pais têm a obrigação legal de sustentar o/a filho/a até que ela/e termine os estudos por exemplo.

A maioria da população brasileira vive em unidades da Federação que colocam explicitamente em leis a proibição de atos discriminatórios contra LGBT. Um shopping inteiro pode até ser fechado por conta disso, sabia? Fe-cha-do. No mais, a Constituição é clara: nenhum tipo de discriminação pode ser aceita. Foi demitida/o por ser LGBT? Cabe um processo na Justiça do Trabalho contra isso. E sabe seu salário? Pois é, a indenização pode ser ele multiplicado por alguns bons números. Uma escola permitiu que uma aluna LGBT fosse discriminada? A responsabilidade de evitar que isso aconteça é da direção. Ela deve ser responsabilizada. Uma vendedora fez chacota por você ser LGBT? Lei do Consumidor e Código Penal nela para começar! A questão é essa: quem tem poder hoje em dia não é quem tem força física ou sabe gritar alto. É quem tem informação.

No mais, não precisa também pensar que sua vida será em um cartório processando pessoas e empresas. Cada vez mais a questão da diversidade de orientação sexual e identidade de gênero é debatida no país, defendida por governos e colocada na mídia de forma positiva. Estamos ensinando o Brasil a nos respeitar.

E se nós temos poder? Vamos ficar em apenas dois exemplos: sabe quem faz o maior ato cívico na história no Brasil do descobrimento, em 1500, até hoje? Nós LGBT e milhões de simpatizantes na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a maior do mundo. E você saberia dizer quais são as maiores manifestações de direitos humanos da história recente do país? As paradas do orgulho esplalhadas por todos os cantos da nação. E aí, temos força ou não?

Se a saída do armário vai ser agora, amanhã ao meio-dia, ano que vem... Enfim, isso não é o mais urgente. A questão principal é vermos a cada dia se estamos deixando de ser completas/os, se estamos tornando nossa vida uma mentira em nome do que os outros querem e não do que nossa felicidade precisa para acontecer. O processo pode ser lento ou rápido, o que não pode ocorrer é ele não existir. Porque a dor de olhar para trás em nossas vidas e vermos que só vivemos em função dos outros e nunca em nome do que sonhávamos... Isso sim é deve ser difícil enfrentar. E tempo é algo que não se recupera.

Sejamos, todos e todas nós, felizes! Boa saída de armário para todas/os. Boa entrada em uma vida mais plena também!




Esse texto faz parte da campanha Dia de Sair do Armário 2009.
Conheça as várias ações realizadas aqui