sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Drags divulgam 5ª Parada do Orgulho Gay


Um grupo de homossexuais assumidíssimos deu a largada ontem, entre 13h30 e 14h30, para a 5ª Parada do Orgulho LGBTTS (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e simpatizantes) de Jundiaí e Região. O evento será realizado domingo, na avenida União dos Ferroviários - mas ontem foi dia de 'corpo a corpo' entre simpatizantes da causa e o público que transitava pela rua Barão de Jundiaí. 'Umbelina Madeleine McLane', 'Agatah', 'Alexia Sullivan', 'Darini Sterne' e 'Meryllin Dhyor Kayl' desfilaram seus modelitos pelo calçadão, no trecho entre as ruas Siqueira de Moraes e Engenheiro Monlevade.

As drag queens, cada qual fiel ao seu estilo, foram fotografadas, beijadas, filmadas, deram autógrafos e - claro - também viram muita gente torcendo o nariz e mudando de lado na calçada. Mas todas levaram no bom humor. Afinal, é para isso - vencer ou, ao menos, diminuir o preconceito - que a Parada Gay será realizada pelo quinto ano consecutivo em Jundiaí. A caminhada feita pela Barão de Jundiaí mostrou que a Parada pode, sim, reunir 25 mil pessoas no domingo. Esta é a expectativa de Éverson Arantes, organizador do evento que tinha, uma hora antes, servido de motorista para o grupo sair da casa onde passou a manhã se arrumando, na Vila Rio Branco, e seguir em direção ao Centro.

A turma se reuniu na casa do massoterapeuta Gustavo Honigmann, 25 anos - a 'Umbelina M.M.'. Estava todo mundo lá: Rodrigo Alex, 27 anos (a 'Agatah'); Alex Mendes, 24 anos ('Alexia Sullivan'); Éder Júnior Gouvêia, 19 anos ('Meryllin'); e Hudson Mota, 25 anos ('Darini'). Espalhados pelos cômodos da casa, todos assumiram sua homossexualidade ao mesmo tempo em que posavam para as lentes do fotógrafo. Antes de 'virar' Umbelina, Gustavo ajudou na aparição de Agatah. "Estou tampando o chuchu", explicou, enquanto trabalhava no rosto de Rodrigo.

Primeiro, passou um corretivo ("A gente começa rebocando a pele", ironizou, às gargalhadas). Depois, pela sequência, aplicou uma base e arrematou com pó facial. Agatah começava a surgir. Nos olhos, Gustavo usou um delineador ("É para marcar bem os limites") e sombra. Finalizou com o rímel. A boca de Agatah ganhou um destaque com um batom rosa - e um contorno, depois. Agatah já começava até a mudar de voz e se adequar ao personagem. A drag surgiu dentro de uma calça preta, de fusô. Também tinha espartilho.

Agatah compôs o visual com uma tanga e sutiã (usados por cima da roupa, hem!) - e uma bota preta, com salto de 15 centímetros. O metalúrgico cearense Hudson preferiu se transformar na pele de Darini Sterne usando um vestidinho leve de verão, com altura provocantemente acima do joelho. Darini é um dos destaques do grupo. Afinal, foi eleita Miss Gay Jundiaí em 2010 por conta de seus, hum, atributos. "Eu gosto da minha imagem de homem, sou transformista - e como Darini, prefiro explorar a delicadeza e a elegância", justificou.

Darini também explicou por que é importante o movimento gay ganhar força em Jundiaí - e em todo o País. "Nós queremos mostrar que não somos promíscuos, como acha uma parte da sociedade. Só temos uma opção sexual, em tese, diferente de muita gente." Umbelina completou: "Não é porque faço shows em boates que sou prostituto e vivo da noite ou do sexo. Algumas pessoas, uma minoria, precisa disso. Nós, não." Agatah também colocou sua colher no assunto. "A gente trabalha muito, peleja muito para mostrar para a sociedade que ser gay não é ser bagunceiro ou afrontar as autoridades."


CARLOS SANTIAGO


(Fonte: Jornal de Jundiaí)

Nenhum comentário:

Postar um comentário