sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nota de esclarecimento da ENEFAR - Executiva Nacional de Estudantes de Farmácia

A Executiva Nacional de Estudantes de Farmácia - ENEFAR , vem por meio desta nota repudiar a edição do Jornal “O Parasita” que nos últimos dias foi protagonista de uma clara atitude de intolerância e incitação à violência contra homossexuais na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP-SP.

Vem ainda ressaltar que essa atitude não é condizente com as discussões e bandeiras de luta que a ENEFAR promove, portanto reafirmamos que essa não é a posição do movimento estudantil de Farmácia, tampouco de qualquer Centro ou Diretório Acadêmico de Farmácia que constrói essa Executiva.

As lutas e discussões da ENEFAR são feitas tendo como objetivo a transformação da sociedade, o abandono dessa sociedade exploradora, burguesa e mantenedora das contradições sociais e a construção de uma outra, pautada na equidade, no respeito e no bem comum, onde não hajam exploradores nem explorados e que todos tenham acesso ao conhecimento e tecnologias historicamente produzidos pela humanidade.

É necessário perceber o papel da opressão na manutenção desse modelo social em que vivemos, logo incitar ou agir com violência (verbal ou física) contra gays, mulheres, negros, entre outros setores da sociedade é contribuir para a manutenção dos disparates existentes nessa sociedade, é promover a segregação de pessoas que, tal como nós, estão em condição de indignar-se com a atual conjuntura social, é sectarizar com companheiros de luta em potencial pela transformação real da sociedade.

Também é de suma importância perceber que esse fato não é isolado na sociedade. Cotidianamente nos deparamos com a violência contra os homossexuais, de forma mais camuflada ou mais escancarada, mais branda ou mais agressiva. É necessário que esse repúdio também se estenda a essas atitudes cotidianas e diante dessa indignação também nos policiemos para não reproduzirmos tal comportamento.

Essa sensibilidade para perceber todos os vieses do papel da opressão aos setores minoritários da sociedade, no sentido de marginalizá-los ainda mais, só será possível com estudo e diante dessa violência que tanto nos indignou é inegável a importância de que haja mais discussões sobre sociedade dentro do Movimento Estudantil.

Mais que um repúdio e um esclarecimento, essa carta é um convite a todos e a todas que, assim como nós, foram capazes de se revoltar com essa violência, a um estudo mais aprofundado e que a partir desse estudo possamos colocar em pratica medidas efetivas para a criação de uma sociedade livre da homofobia, do racismo, do machismo e de tantas outras opressões que servem de mola para a sociedade capitalista.

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