segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pesquisa polêmica aponta que jovens gays usam menos preservativo que os héteros

Muitos anos foram necessários para superar a idéia de que apenas pessoas de grupos populacionais específicos poderiam contrair a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Agora, um estudo feito pelo Ministério da Saúde, pode colocar novamente os homossexuais no centro das discussões sobre a transmissão do vírus HIV. A pesquisa, realizada em 10 capitais brasileiras, revela que jovens gays usam menos preservativo do que jovens heterossexuais. O trabalho, coordenado pela pesquisadora Ligia Kerr, da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi apresentado durante o VIII Congresso Brasileiro de Prevenção das DSTs e Aids, realizado em Brasília esta semana.

Segundo o estudo, 53,9% dos homossexuais entre 13 a 24 anos usaram camisinha na primeira relação sexual, enquanto entre os heterossexuais da mesma faixa etária a média foi de 62,3%. Quando o assunto é a relação sexual com parceiros fixos, os percentuais também são mais baixos entre jovens gays: apenas 29,3% usam camisinha, enquanto entre jovens heterossexuais a média é de 34,6%. Os índices são mais parecidos quando se trata do uso de camisinha com parceiros casuais. Nesses casos, 54,3% dos homossexuais entre 13 e 24 anos dizem usar preservativo. Entre em jovens heterossexuais, o percentual é de 57%.

Apesar dos dados preocupantes, o estudo indica que os homossexuais em geral são mais bem informados sobre sexo, procuram mais centros públicos de saúde para fazer testes de HIV e ter acesso a preservativos. Dos gays ouvidos na pesquisa, 23,5% disseram ter feito teste de HIV nos últimos 12 meses, o dobro do que foi constatado entre heterossexuais na Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids da População Brasileira, realizada em 2008: 11,2%.

Outro dado que chama a atenção no estudo é o alto grau de preconceito a que gays estão expostos. Entre homossexuais ouvidos no estudo, 12,4% disseram já ter sido agredidos fisicamente, 51,3% disseram já ter sido discriminados no ambiente de trabalho e 29,6% ter sofrido discriminação alguma vez na vida por causa da orientação sexual. O estigma está presente também nas escolas e ambientes religiosos: 28,1% disseram ter sido discriminados no ambiente escolar e 13% em locais de prática religiosa.

Os dados epidemiológicos divulgados recentemente pelo governo apontam que a diferença entre os casos de aids por transmissão entre meninos na faixa etária entre 13 a 19 anos é muito pequena: 33,5% em relações homossexuais contra 28,3% em relações heterossexuais.
(Fonte: G Online)

Nenhum comentário:

Postar um comentário